Vertigo, EUA, 1958. Direção: Alfred Hitchcock. Elenco: James Stewart (Scotty), Kim Novak (Madeleine/Judy), Barbara Bell Geddes (Midge), Tom Helmore (Gavin), Henry Jones (coronel), Raymond Bailey (médico), Ellen Corby (gerente do hotel).
Durante uma perseguição policial, pelos telhados da cidade de São Francisco, na Califórnia, um policial tropeça e fica pendurado em uma calha. Seu parceiro tenta salvá-lo, mas cai e morre. Decidido a afastar-se da polícia, por ter medo de altura, ele aceita um último trabalho: seguir a esposa de um velho amigo. O homem acha que ela pode estar possuída pelo espírito de uma antepassada, e quer que o detetive descubra o que ela faz quando passa as tardes fora de casa.
Esta é uma das maiores obras de arte da história do cinema. Mais uma obra-prima do mestre do suspense, e seu filme mais complexo, com outra ótima abertura do mestre Saul Bass e um tema musical sinistro de Bernard Herrmann. O roteiro de Alec Coppel e Samuel A. Taylor é baseado no romance “D’Entre Les Morts”, escrito especialmente para Hitchcock, por Pierre Boileau e Thomas Narcejac, por terem tomado conhecimento de que Alfred Hitchcock tentou, sem êxito, adquirir os direitos de adaptação do livro “Diabolique”, outro romance deles.
Com este filme o diretor criou um efeito que provoca uma sensação de vertigem. Foi até denominado Vertigo effect, e muito imitado depois. Trata-se do giro de uma espiral que parece aproximar o que está em primeiro plano e afastar o que se encontra em segundo. Essa espiral está presente em vários momentos do filme, até no penteado da protagonista.
Na época de seu lançamento nos cinemas, o foi fracasso de público e crítica. Foi o último trabalho de James Stewart com o diretor. Os outros foram: “Festim Diabólico” (1948), “Janela Indiscreta” (1954) e “O Homem que Sabia Demais” (1956).
A deslumbrante beleza de Kim Novak não seria vista novamente em um filme de Hitchcock – este foi seu único trabalho com o cineasta, pois manteve, com ele, um relacionamento difícil, não aceitando algumas de suas orientações. Foi idéia dela, aparecer sem sutiã na segunda metade do filme. Segundo o diretor: “ela falava o tempo todo que não precisava usar sutiã e se envaidecia disso”. Em 1980, ela atuou no filme “The Mirror Crack’d”, baseado em livro de Agatha Christie, com vários astros em final de carreira.
O diretor queria a atriz Vera Miles para o papel principal, mas ela engravidou pouco antes do início das filmagens. Ela já havia trabalhado para Hitchcock em “O Homem Errado” (1956) e trabalharia depois e, “Psicose” (1960). Destaque para a atriz Barbara Bel Geddes, como o alívio cômico do filme.
O ridículo título em português parece aquela piada do filme de suspense com o título “O Assassino era o Mordomo”. Este é um filme de mistério, suspense e complexas relações humanas. A fotografia de Robert Burks, com a utilização de filtros para simular névoa e causar a impressão de sonho, é espetacular.
A habitual aparição do diretor ocorre aos 10 minutos e 51 segundos. Ele passa passa em frente ao porto de San Francisco, carregando a caixa de um instrumento de sopro.
A ótima edição nacional em DVD, pela Universal, traz a imagem em widescreen, com áudio Dolby Digital 5.0 (em inglês). Inclui Making Of, falando do final estrangeiro censurado e sobre a excelente restauração da filmagem pelo processo Vistavision (que deixou a película com som e imagem impecáveis, como se o filme tivesse sido rodado hoje), outro documentário, denominado “Obcecados por Vertigo”, arquivos da filmagem em 15 capítulos, notas de produção, filmografias e trailer original de cinema. 128 minutos.
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