COMÉDIA INTELIGENTE E ACIMA DA MÉDIA NÃO SÓ DA ÉPOCA, MAS DE HOJE TAMBÉM
Um Morto Muito Louco (Weekend at Bernie's, 1989) do diretor Ted Kotcheff, de Rambo - Programado Para Matar (1982), é uma comédia que parte de um absurdo tão grande, mas tão grande, que abre um leque quase interminável de opções. O descontraído Larry (Andrew McCarthy) e o tímido e desastrado Richard (Jonathan Silverman, a cara do David Scwimmer, o Ross do seriado Friends) trabalham uma seguradora para o figurão Bernie Lomax (Terry Kiser, sensacional) e descobrem que alguém está fraudando apólices para desviar dinheiro da empresa. Prevendo subir na empresa e no conceito do senhor Lomax, Richard e Larry levam as provas ao todo poderoso e são convidados à passar o fim de semana na casa de praia do patrão para trabalharem no caso. O que eles não sabiam, é que o próprio Lomax era quem estava dando o desfalque na empresa. Com isso, Bernie Lomax pede à um mafioso que elimine os dois em sua casa. Só que Bernie tinha um caso com a mulher deste mafioso, e ele acaba ordenando à seu matador que dê cabo de Bernie. Então, quando Larry e Richard chegam à casa de Bernie, ele já está morto. No desepero, os dois descobrem uma gravação de Bernie conversando ao telefone com o assassino e pedindo para que espere até que ele esteja longe dos dois. Sem saber que Bernie havia sido executado pelo próprio assassino que contrtou, os dois decidem manter o corpo na casa, para sentirem-se seguros. Só que, imediatamente, uma festa começa na casa e ninguém percebe que ele está morto!!! A partir daí, uma série de situações das mais absurdas possíveis tem início. As pessoas conversam, negociam e até paqueram com o defunto!
Porém, até chegar aí, o filme já se mostra hilário e muito inteligente. Há uma crítica bem explícita à urbanização descontrolada, descaso com o meio-ambiente, preço do estacionamento, condições de moradia e trabalho pouco valorizado, com diálogos como "podemos ira até a praia e nadar no lixo hospitalar", ou "as baratas somem quando você acende a luz". Mas esse humor inteligente divide muito bem o tempo na tela com humor besteirol e o humor negro: "que tipo de anfitrião te convida pra passar o fim de semana na casa dele e morre?", "porque eu disse que minha tia está doente, se eu nem tenho tia?", "tudo bem, eu sempre quis mancar" e "incrível!Ele, morto, transa melhor do que eu vivo" são alguns dos diálogos mais bizarros do filme.
Além de possuir cenas plasticamente muito bonitas e bem realizadas e trabalhadas, principalmente se tratando de um filme de comédia, algumas cenas, como a de Richard e Gwen (Catherine Mary Stewart) namorando, deitados na areia da praia, quando a maré traz o corpo de Bernie junto à esles, são de rachar o bico de tanto rir.
Os protagonistas Jerry e Richard (Andrew e Jonathan) possuem uma química perfeita e suas cenas e seus diálogos (como já citados) estão afiadíssimos. E tudo isso com um cadáver que ninguém percebe que está morto!!!
Mas, sem dúvidas, o destaque fica mesmo por conta da intarpretação impecável de Terry Kiser como o morto Bernie. O cara realmente parece um boneco, sendo arrastado, aspirado, jogado, sacudido e por aí vai. Diz-se que que Kiser machucou-se muito nas gravações, chegando, inclusive à sofrer fraturas. Não sei como ele não foi indicado ao Globo de Ouro como Melhor Ator de Comédia. É sério.
E se o obbjetivo de uma comédia é fazer rir, Um Morto Muito Louco acerta em cheio. Portanto, mesmo que você tenha preconceito com esses filmes inúmeras vezes reprisados na TV aberta ou com as péssimas traduções nacionais, aventure-se nessa viagem divertidíssima e inteligente que marcou época no filnal dos anos 80 mas segue atual até os dias de hoje.
Poxa cara tinha me esquecido desse! Rachava os bico quando passava na sessão da tarde. A sequência não é tão boa, mas da pra passar... Excelente texto!
Pois é, né Lucas... A sequencia traz um Larry bem mais gordo (a cara do Paul McCartney) e bem mais sem graça, mas possui cenas engraçadas e uma música tema que é demais