Há 15 anos atrás, ninguém poderia imaginar que os super-heróis dominaram o cinema, sobretudo, os super-heróis da Marvel, que antes do lançamento de X-Men (2000), não tinha sido responsável por nenhum filme de super-herói realmente interessante, diferente da concorrência DC Comics, já que Batman e Superman eram não apenas ícones dos quadrinhos, como também do cinema.
No início dos anos 2000, a Marvel foi começando a construir o seu império no cinema com as franquias X-Men e Homem-Aranha, que na época, eram os personagens mais populares da editora.
A própria Marvel acabou gerando três franquias principais: O Universo Cinematográfico Marvel (MCU), produzido pelo Marvel Studios e pela Disney, o Universo X-Men, produzido pelos estúdios Fox, e a franquia Homem-Aranha, produzido pela Sony. E mesmo que o sucesso do MCU seja colossal, é inegável que essa franquia nem existisse se não fosse pelas inovações das outras duas franquias.
O universo do Homem-Aranha foi de suma importância para cultura pop e para os filmes de super-heróis, é inegável que a franquia se perdeu no começo desta década com a iniciativa conhecida como “O Espetacular Homem-Aranha”, mas com o acordo feito com a Marvel, que possibilitou uma nova fase para o personagem nos cinemas, desta vez integrando o MCU, a Sony optou por reviver a franquia do teioso nos cinemas, mas sem o teioso.
Venom é o primeiro fruto desta nova empreitada conhecida como “Sony’s Universe of Marvel Characters” (SUMC em inglês, ou ainda “Universo Sony de Personagens da Marvel” em tradução livre). E como primeiro capítulo da SUMC, podemos afirmar que Venom é um tanto decepcionante, considerando o fato de que esse é o primeiro filme de uma nova franquia.
A trama é bem simples, Eddie Brock atua como jornalista em São Francisco, até que passa a investigar uma empresa Vida, que trabalha com biologia alienígena. Durante a investigação, o jornalista acaba infectado por um parasita conhecido como simbionte, o que lhe concede poderes especiais.
Os pesquisadores do Instituto Vida procuram uma forma dos seres-humanos poderem viver fora da terra, e acreditam que o processo de parasitismo dos simbionte em hospedeiros humanos seja a melhor forma de se alcançar tal objetivo. Contudo, a maior dificuldade é encontrar um hospedeiro humano compatível com o simbionte, já que a incompatibilidade pode ocasionar na morte tanto do hospedeiro, quanto do parasita.
Brook e Venom se tornam compatíveis um com o outro, tornando-se alvos valiosos para a corporação Vida.
De fato, a trama é bem simples, nada original e, conforme o filme avança, a trama vai fazendo menos sentido, mas é difícil falar sobre isso sem cair no campo do spoilers, mas existe um motivo para que os simbiontes tenham sido encontrados pelo cientistas do Instituto Vida.
O melhor do elenco é o próprio protagonista, Tom Hardy, que consegue fazer fazer um Eddie Brook que, embora não convença como jornalista, é um homem de princípios bem diferentes de seu parasita Venom, que é ambicioso e cruel, como o próprio ator demonstra no trabalho de voz.
Michelle Willians parece muito mais a vontade no papel de Anne Weying, que se mostra um par romântico eficiente e ainda protagoniza um interessante fan-service.
O vilão, protagonizado por Riz Ahmed, apesar de caricato em muitos momentos, o personagem tem uma motivação muito boa, além do ator esbanjar charme.
O maior destaque do filme é a sua dupla de protagonistas, sim, dupla! Pois Eddie Brook e Venom são personagens diferentes, apenas dividem o mesmo corpo. Cada um possui suas próprias particularidades, personalidade e até mesmo senso de humor.
São nesses momentos em que o filme brilha! Pois a parceria entre os dois personagens é inusitada e gera os momentos mais divertidos do filme, como a cena do prédio.
Outro aspecto positivo é o visual do Venom, que consegue ser intimidante, assustador, carismatico e nojento ao mesmo tempo.
Apesar de suas virtudes, o longa possuem muitos problemas, como o ritmo. Demora muito tempo para que o personagem-título finalmente dê as caras, e quando o faz, não é tão impactante quanto deveria. Antes da aparição, o filme mostra bastante sobre a vida de Eddie Brook, que é interessante e desnecessário.
No decorrer do longa, o personagem aparece mais vezes, contudo, as cenas de ação são repetitivas, mal filmadas, escuras, cheia de fumaça e bastante picotadas, incluindo a batalha final, que contém excesso de CGI, apesar de alguns frames em câmera lenta dignos de um wallpaper.
No geral, Venom é um filme sem criatividade e que soa desnecessário, pois, tirando a relação entre a dupla principal, o longa não apresenta nada que já não tenha sido mostrado antes e melhor em outros filmes do subgênero.
Agora nos resta aguardar para saber os próximos dos filmes do SUMC, podem surpreender, já que, pelo que foi nos mostrado na cena pós-crédito, Venom é apenas o começo.
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