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Críticas

Cineplayers

11-11-11, um dia qualquer, um filme qualquer.

3,5

A expectativa em torno do 11 de novembro de 2011, com relação a profecias e superstições, motivou a concepção de um longa metragem de horror. Sua divulgação despertou curiosidade, sua temática também, e alguns aguardaram o tal 11-11-11 (idem, 2011) com certo interesse. A tentativa de se fazer terror com esta numerologia marcou o projeto constrangedoramente, graças a uma direção espanada, forçando sustos e cenas obscuras, e desenvolvendo uma história cujo potencial religioso, propagado num sentido crítico, mostrou-se propenso a finalidade polêmica sem grandes embasamentos. A reviravolta final, atributo constituído na série Jogos Mortais, residência de seu diretor, perde a força tamanha fenda de sua narrativa.

Legitimamente datado, este longa escrito e dirigido por Darren Lynn Bousman vem arrecadar alguma grana nas bilheterias para em poucas semanas ser completamente esquecido. Destino previsível. Vale até recordações: Número 23 (Number 23, 2007), de Joel Schumacher, é inevitavelmente lembrado. A obra desenrola-se fazendo constantes referências ao número 11, desde horários, datas, número de salas e apartamentos. Essa ordenação motiva a obsessão de seu protagonista, o famoso escritor Joseph Crone (Timothy Gibbs), um niilista transtornado por uma tragédia familiar que assombra suas noites com pesadelos.

A cena de abertura é um convite aos temores de Joseph. Terrores noturnos, imagens de chamas, gente no meio delas. Recorrentes sonhos que o atormentam, lhe obrigando a encontrar qualquer controle em pílulas. Sem saída, o cara freqüenta grupos de ajuda, tenta escrever um novo livro e flerta com uma estranha garota – que nunca diz a que veio. Quando recebe a notícia de que seu pai está com os dias contados na Espanha, viaja até o país para revê-lo e enfrentar um passado abrupto que nos é temporariamente privado.

Desdobram-se especulações sobre os segredos dessa família. O irmão de Joseph, Samuel (Michael Landes), dedicado à religião, leva a palavra à comunidade, acreditando num acréscimo de seguidores da doutrina. O embate entre a descrença e a fé persiste em pelo menos dois atos sem conceitos, exprimindo opiniões como aversão voluntária. Em volta disso, sombras e representações aterrorizantes garantem um clima sombrio, contando com uma fotografia escurecida, esperando uma luz reveladora daquela cegueira aflita e incerta.

Imagens aparecendo em gravações, nos espelhos, na penumbra, juntamente a aparições repentinas de personagens hostis, buscam surpreender seu espectador – é a velha fórmula, mas muito mal utilizada. Há passagens que até dão fôlego a história, porém são sabotadas rapidamente quando o filme, quase se convertendo em um romance investigativo, busca aqui e ali algum susto. Sem sucesso, o diretor insere outro artifício a trama, um labirinto cuja única proposta é servir de alusão à busca de Joseph pela verdade. De melhor, o longa de Lynn Bousman oferece uma piada recordando Louca Obsessão (Misery, 1990) e atuações controladas. O clímax sugere uma grande revelação, como às crenças sobre a data. Ela passou e nada aconteceu, igualmente o filme: esperado, passageiro e subitamente ignorado.

Comentários (12)

Fernanda Pertile | quarta-feira, 16 de Novembro de 2011 - 15:45

Eu não fui assistir ainda e muitos dos meus amigos me falaram que o filme é quase igual ao número 23, que não trás nada de novo... acho que nem vou mais assistir se é assim, tem outros filmes que valem mais o meu dinheiro 😁

mônica ferreira da silva lopes | quarta-feira, 16 de Novembro de 2011 - 21:29

Tipo.Não fui assistir esse filme ainda,mais muitos dos meus amigos(as) já foram ver...
eu fiquei muito assustada em só ouvir o que eles me contaram,e espero que que quando eu for assistir aconteça o mesmo...[😋

●•● Yves Lacoste ●•● | quarta-feira, 16 de Novembro de 2011 - 22:44

O mesmo tipo de marketing quando a refilmagem de A PROFECIA foi lançado:

Título original - 666
Data de lançamento - 06-06-06
😁

J. Carlos F. Dos Santos | quinta-feira, 17 de Novembro de 2011 - 18:56

Sem nada pra fazer fui no cinema aqui pertinho assistir. E adivinhem... Foi o terror, (pra minha tarde) Nota 1,0

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