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Críticas

Cineplayers

Comédia-clichê que consegue divertir, o que de certa forma é surpreendente.

6,0

Quando A Casa Caiu foi lançado no cinema, não tive muita vontade de vê-lo, pois a atriz Queen Latifah não fazia muito o meu gosto. Passado algum tempo, ele sai em vídeo e então resolvi experimentar essa viagem. Contando com um dos maiores astros do gênero em seu cast (Steve Martin), A Casa Caiu chega a ser um filme bem divertido, tirando seus poréns, ao longo de toda a sua projeção. Ele alterna momentos de uma comédia típica de Martin, com algumas pitadas da nova safra do estilo.

A história gira em torno de Peter Sanderson (Steve Martin), que é um homem dedicado ao seu trabalho – procurador/advogado – e um homem que se separou da mulher, mas que ainda não conseguiu se estabelecer emocionalmente, mesmo tendo quase sempre os filhos ao seu lado e estando perto de fechar um negócio onde terá uma enorme recompensação monetária. Ao entrar em uma sala de bate-papo na Internet ele conhece a suposta advogada Charlene, personagem de Latifah que, devo admitir, encarnou muito bem o papel, alternando comédia - vide cena em que se passa por um membro da igreja - e drama, ao tentar ajudar Sanderson a se reconciliar com a esposa, mostrando que a felicidade está nas coisas mais simples da vida.

Ao marcar encontro com ela, ele se surpreende ao vê-la, pois na foto que tinha recebido ela somente aparecia ao fundo (sendo levada presa por policiais), atrás da loira a qual Sanderson achava ter marcado o encontro. O verdadeiro motivo pelo qual ela quis conhecê-lo foi para que ele cuidasse de seu caso, do qual, obviamente, se dizia inocente. E como acontece em todos os filmes, ele demora até acreditar nela. A partir desse acontecimento, o filme começa a ganhar um ritmo de comédia muito sutil e gostoso para quem adora se divertir. Confesso que em algumas cenas da fita eu fiquei com vontade de dar um fast-forward, pois ela apelou para o estilo "comédia que agradar aos jovens", ou seja, comédia física escrachada, principalmente quando Charlene se depara com a ex-cunhada de Sanderson no banheiro do clube e as duas têm uma sessão de luta, quebrando boa parte do estabelecimento.

Também há de se destacar a presença sutil, mas não menos importante para a trama, de Eugene Levy (o pai de Jason Biggs em American Pie), que nesta fita faz o parceiro de Sanderson, e também demonstra uma queda por Charlene, que não quer dar chance a ele, deixando-o cada vez mais apaixonado por ela. No decorrer do filme, aparece um ex-namorado de Charlene, que adiciona um pouco mais de emoção à história, pois ele não quer que Sanderson cuide do caso dela. Então, antes mesmo da fita acabar, uma reviravolta acontece - o que está em moda - e tudo termina bem (não contei nada demais, pode ficar tranquilo).

Uma coisa de ruim (na versão dublada), e isto está acontecendo em quase todos os filmes do gênero aos quais assisto, principalmente de algum tempo para cá, é a conversão das piadas para o nosso “brasileiro”. Algumas ficam com quase nenhuma graça, pois os termos que eles aplicam são jargões populares que com o tempo perderão o seu sentido. Um exemplo é em uma cena em que o personagem de Steve Martin se auto-denomina “Tigrão”. Preferiria que as piadas e/ou frases de efeito fossem transladadas para o português o mais próximo possível do original, para que a essência das mesmas não se perdesse entre gírias da moda.

No geral, o filme deve ser visto principalmente como uma distração, pois nesse quesito admito que comigo ele funcionou. Ainda assim, espero que as comédias atuais partam para um enredo um pouco mais sólido, deixando de lado todas as “vacas” e “gatos” (dois animais usados como elementos cômicos em abundância hoje em dia, mais um entre inúmeros clichês do gênero que já estão enchendo a paciência – só para deixar claro, eles não estão em A Casa Caiu) que estamos acostumados a ver nas películas.

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