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Críticas

Cineplayers

Apenas um pouco acima da média da mediocridade do cinema de terror moderno.

5,0

Disponível apenas em um canto obscuro de sua locadora (e mesmo lá não é garantido), este A Casa dos Pássaros Mortos (Dead Birds, 2004) é um filme de terror de qualidade razoável com alguns bons sustos e uma ou outra situação de gelar a espinha. O elenco está cheio de atores não tão famosos (alguns, porém, já fizeram filmes medianos antes e depois de Dead Birds, principalmente dentro do gênero) e por isso mesmo a maioria do público nunca ouviu falar dele. No final das contas, feito com um orçamento de menos de US$ 2 milhões, é melhor do que muitos filmes centenas de vezes mais assistidos e divulgados, como a recente bomba A Colheita do Mal. Por isso resolvi escrever esta pequena crítica sobre ele.

O roteiro passa-se durante a Guerra Civil norte-americana, tendo em seu background, portanto, soldados e escravos, o que dá um leve sentido de originalidade que, infelizmente, não é muito bem aproveitado quando as mortes começam a acontecer. Como este é um filme menor e pouco conhecido, vale, para situar o espectador, uma comparação com A Chave Mestra, terror de 2005 (portanto, posterior a este aqui) que tinha cenas em uma mansão e com escravos. O clima é bastante parecido, mas ao contrário daquele o foco não é apresentar uma reviravolta em seu final, e sim criar um clima de tensão durante todo o filme.

Dessa forma, o terror de Dead Birds ganha pontos por algumas cenas bastante tensas e uma sequência de fatos sem sentido que culmina em um final bizarro – mas agradável para quem gosta de terror ao estilo Twilight Zone. O filme possui vários pontos positivos (clima, momentos bizarros), mas há muita coisa nele que não faz sentido algum e que é simplesmente ruim. Às vezes o non-sense traz um clima bizarro que intriga e cria uma atmosfera assustadora, o que acontece vez ou outra em Dead Birds, mas nem sempre. O próprio título do filme – Pássaros Mortos, no original – é um exemplo de falta de lógica. Durante o filme todo vemos duas ou três aves mortas apenas para efeitos ilustrativos, mas em momento algum elas são relevantes para a trama.

A favor do filme, está o uso apenas limitado de cenas em computação gráfica. E essas cenas são mostradas geralmente em ocorrências previsíveis, unindo o ruim ao inútil – como o fantasma que esconde o seu rosto para, momentos depois, encarar a câmera com uma face aterradora. Quem assiste mesmo um número pequeno de filmes de horror pode prever essas situações muito antes de elas acontecerem, fazendo com que a cena seja entediante e burocrática. Mas, como dito, a computação gráfica limita-se a esse tipo de cena, não chegando a estragar muito o clima de suspense do restante do filme.

Outro acerto do roteiro é segurar o começo das mortes dos protagonistas, criando um clima de mistério em relação à casa e ao milharal – cenários clichês para filmes de terror mas que, quando bem utilizados, ainda conseguem despertar certa tensão mesmo para quem é um espectador experiente no gênero. Assim, o diretor Alex Turner concilia boas cenas de suspense com outras tantas previsíveis e, como já foi comentado, burocráticas ao extremo. O filme tem um pé no cinema trash (o “non-sense” comentado acima), com cenas de sangue, decapitações e mortes absurdas – como a mulher que arranca a cabeça de outro personagem apenas com um chute. O tom trash, apresentado logo na cena inicial, não é recorrente no filme todo, mas vez ou outra retorna em cenas isoladas. Enfim, é um meio termo entre o terror moderno tradicional (aquele que não assusta mais) e os filmes iniciais de Sam Raimi, para citar apenas um exemplo.

A Casa dos Pássaros Mortos não é um grande filme mesmo levando em consideração apenas o seu gênero. Torna-se um filme recomendável somente se comparado às bombas recentes feitas para adolescentes que não querem saber de colocar a cabeça para funcionar (este aqui é um deles, mas acima da média). Vale se você estiver na sua locadora, no meio de dezenas de filmes que não parecem dizer nada, e você gostar do cinema do gênero e tiver, ainda, um apreço pelo trash. Sei que são vários pré-requisitos para que o filme mereça uma chance, mas isso apenas reflete o nível do cinema de terror atual. Medíocre no máximo!

Comentários (1)

Guilherme Santos | quarta-feira, 17 de Julho de 2013 - 10:27

o titulo a casa dos passaros mortos nao é por que tem passaros mortos pela casa e sim por que dizem que os passaros são muito espertos e dificies de morrer principalmente os corvos, então da a entender o quão maligna é a casa

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