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Críticas

Cineplayers

Uma comédia que teoricamente deveria ser horrível é - vejam só - um pequeno filme divertido.

6,0

Considerando o título do filme, considerando a sinopse do filme e, finalmente, considerando os últimos filmes de Eddie Murphy, que incluem os horríveis Sou Espião e Pluto Nash, posso dizer que A Creche do Papai é uma surpresa enorme. Ou até mesmo gigantesca. O filme consegue divertir, serve para toda a família, e ofende apenas um pouquinho a inteligência do espectador. Não é à toa que este é o filme que marcou o retorno do ator às altas bilheterias: faturou 105 milhões de dólares dos Estados Unidos.

A história é bem simples: Charlie (Murphy) e Phil (Jeff Garlin) foram despedidos de seus empregos, e agora têm que agüentar seus filhos pestinhas dentro de casa. Sem grana para pagar uma creche decente para eles, resolvem abrir a sua própria, mesmo que ambos não tenham o mínimo jeito com crianças. Logo a “Creche do Papai” já é um sucesso, atrapalhando inclusive os negócios da escola da Sra. Gwyneth.

A Creche do Papai é um lugar que as crianças logo aprendem a gostar. Aproveitando-se da inexperiência da dupla de pais, os pivetes jogam a casa para o ar e aprontam todas. E é aí, claro, que está o núcleo do filme: no relacionamento dos “educadores” com as crianças. Há algumas histórias paralelas, como a entre Charlie e seu filho, que somente agora que o pai foi despedido é que ele começa a conhecê-lo realmente; e também há a competição entre a Creche do Papai e a escola “super profissional” de Gwyneth, que ensina quatro idiomas diferentes para crianças de seis anos de idade (pode isso!?). Infelizmente, a resolução desta última história é bobinha, até mesmo ridícula.

O final do filme também é ruim demais – como em boa parte das comédias da atualidade. Mas mesmo isso não é capaz de tirar o charme que o filme apresenta. Murphy, incrivelmente, não está tão caricato quando em outros filmes. Seu personagem é bem mais reservado. Até mesmo seu parceiro na creche poderia ser considerado mais engraçado que ele. Não é um ponto negativo, mas é algo a se notar. As crianças do elenco, claro, estão lá pra encantar. São daquelas que é quase impossível não soltar um daqueles “que gracinha”!! Quando elas tentam dar uma de adulto, então, são ainda mais graciosas.

Os fãs de quadrinhos e Jornada nas Estrelas também poderão curtir o filme, com várias referências, devido ao fato de um dos professores, Marvin (Steve Zahn, de Perseguição) ser um fanzão da série e de quadrinhos. Além dessas referências, há ainda o uso de trilha sonora de filmes famosos, como de 2001 – Uma Odisséia no Espaço e Psicose, outro fator divertido, este para quem curte cinema clássico.

Enfim, este é um bom título para assistir em família, principalmente com filhos pequenos. Não é de forma alguma original, mas tem personagens simpáticos, situações bobas, mas geralmente engraçadas, e além de tudo é uma produção bem caprichada, com um colorido incrível e muito bem filmada pelo diretor Steve Carr, o mesmo da comédia Dr. Dollitle 2. É só não esperar nada de especial que você pode até gostar.

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