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Críticas

Cineplayers

Visual espetacular e ótimas atuações marcam essa nova versão do clássico dos anos 1970.

8,0

Tim Burton e Johnny Depp fazem uma parceria infalível. Em uma refilmagem de um clássico dos anos 70, então, nada poderia dar errado. O filme, o ator principal e o diretor têm muito em comum: extravagância, uma tendência visível para o bizarro e competência de encher os olhos. O resultado não poderia ser menos óbvio: a fábrica de chocolate refilmada por Burton é, também, uma fábrica de maravilhas.

Baseado em livro de Road Dahl, o filme relata o processo pelo qual cinco crianças encontram os convites dourados dentro das embalagens de chocolate Willy Wonka, podendo, assim, usufruir de um passeio pela fábrica. Quatro delas têm um defeito grave e terão um destino infeliz durante a trama. Augustus Gloop (Philip Wiegratz) é um garoto extremamente guloso, Veruca Salt (Julia Winter) é mimada, e, como Violet Beauregarde (Annasophia Robb), é enjoada, fresca, e gosta de parecer superior aos outros, tanto quanto Mike Teavee (Jordan Fry), que adora tecnologia. A criança mais simpática é o humilde Charlie (Freddie Highmore), que vem de uma família pobre mas unida, pela qual são transmitidos valores positivos.

Bons atores (especialmente as crianças) é o que não falta ao filme, mas existe alguém que sempre rouba a cena. Trata-se de Johnny Depp, obviamente, que, já inclinado para papéis extravagantes, encarna Willy Wonka de maneira assustadora (e à sua maneira, frisa-se). Sorriso psicopata sempre no rosto, é incrível como Depp faz trejeitos e caretas chamativos sem exagerar demais, exibindo expressões que traduzem qualquer sentimento. Sua atuação chega a ofuscar as de mais em diversos momentos do filme, o que de certa forma pode ser negativo, visto que as outras personagens (Charlie em especial) também são importantes.

Por trás das câmeras, Tim Burton dá verdadeiras lições de genialidade. Através de sua criatividade sempre renovada e fascinante, aparentes falsos moralismos e mensagens pueris adquirem um novo encanto, e tudo parece mais lúdico. A direção de Burton cria no filme uma enorme expectativa para apresentar o dono da fábrica, e seu estilo sinistro está em alguns figurinos, na personalidade obscura de Willy Wonka e em certos componentes do cenário: a casa decadente de Charlie, algumas salas da fábrica – mas nada que ofusque o colorido onírico e atordoante que impera na película.

A versão hi-tech da fábrica é visualmente estonteante. Os efeitos visuais dão a ela uma aparência mais moderna, mas sem parecer artificial. Ainda que a modernidade incomode alguns fãs mais conservadores, o principal ainda perdura e enche os olhos: o clima de fantasia, as formas extravagantes e os absurdos que sempre reservam surpresas. Os trabalhadores Oompa Loompas, todos interpretados pelo mesmo ator (Deep Roy), executam coreografias e cantam músicas bizarras, num excesso de movimentações que podem cansar, mas que não deixam de ser curiosas.

A nova versão do livro de Road Dahl é um achado, pelo menos para aqueles que não são da época do filme original. As comparações são inevitáveis, mas quem consegue aproveitar a nova versão como algo absolutamente inédito tem meios de se divertir mais. Mesmo assim, Tim Burton e Johnny Depp são daqueles que divertem e encantam qualquer um.

Comentários (1)

Fernanda Pertile | sexta-feira, 28 de Outubro de 2011 - 20:48

Esse filme tem uma história fascinante, mas eu prefiro o original ao remake :)

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