Saltar para o conteúdo

Hora do Pesadelo, A

(Nightmare On Elm Street, A, 1984)
7,3
Média
488 votos
?
Sua nota

Críticas

Cineplayers

Um clássico do cinema de terror.

8,0

Em 1984, Wes Creven se consagrou como referência em obras de terror ao lançar o assustador A Hora do Pesadelo que, mesmo com características dos chamados filme B - como passagens grotescas -, acabou revolucionando o gênero e tornou-se referência para futuras obras do tipo. É impossível compreender a importância da saga Freddy Krueger sem levar em conta o ano de produção da obra e, também, os seus reflexos para o mercado do gênero.

O que alça A Hora do Pesadelo ao status de clássico do terror é, acima de tudo, a sua história criativa que, até o desfecho surreal, consegue tornar crível um enredo pouco verossímil. O roteiro do próprio Wes Craven é original e bem amarrado a ponto de construir logo no primeiro filme da saga um vilão fascinante. Os mistérios acerca de Freddy Krueger e as suas motivações para atacar o grupo de jovens da Rua Elm são desenvolvidos com eficácia. O sádico assassino ataca Nancy (Heather Langenkamp) e seu grupo de amigos durante seus sonhos, mas o que poderiam ser simples pesadelos viram tormentos maiores já que as feridas ocorridas durante o sono deixam marcas nos jovens também na vida real.

O gosto por tortura que move Krueger leva o espectador a presenciar verdadeiros banhos de sangue. Os efeitos especiais, se vistos sob a ótica atual, são fracos e, por isso, cenas que deveriam crescer em tensão conforme se desenrolam acabam por torna-se cômicas. Entretanto, para a época, os efeitos eram eficazes e condizentes com a realidade – principalmente orçamentária - dos filmes B.

É possível, por exemplo, ver o colchão colocado sobre uma escada para que o ator intérprete de Krueger, Robert Englund, não se machuque durante a queda. Contudo, a força de A Hora do Pesadelo está justamente em sua história, e não em detalhes de produção, como os efeitos, que são primários. Mesmo assim, Craven conseguiu inserir passagens arrepiantes e que marcam todos os longas da série, como é o caso das inesquecíveis cenas em que meninas vestidas de branco cantam a música “Freddy vem te pegar”.

A clássica cena final, com o capô do carro nas cores da manta de Krueger e a mãe de Nancy acenando para a filha com um sorriso estampado no rosto, mostram que a Hora do Pesadelo trouxe sequências marcantes para o cinema. Encaixam-se neste aspecto, as passagens em que o telefone de Nancy toca mesmo depois de a garota ter arrancados os fios do aparelho e o momento em que ela, em sonho, segue o corpo da amiga assassinada pelos corredores do colégio.

A trilha sonora é marcante e extremamente eficiente na função de criar ansiedade e tensão e este aspecto é, sem dúvida, um dos pontos altos de toda a série por contribuir com o tom de anormalidade presente nas tramas.

O final duvidoso, e controverso, confunde o espectador inicialmente. Teria sido tudo um pesadelo generalizado? Se assim fosse, como explicar a cena derradeira? Será, então, que tudo era mesmo como imaginávamos, um misto de pesadelos e realidade, e a cena final é mais um pesadelo que ainda atormenta a jovem Nancy? E assim ficamos à espera da continuação, sabendo que realidade e delírio se misturam a todo instante e com bastante sutileza. E é por isso, também, que o roteiro é digno de elogios e que o filme, no fim das contas, é mais interessante do que já parecia ser.

Não há dúvida de que Freddy Krueger é um dos mais - se não o mais - interessantes personagens da história do cinema, e sua saga, por piores que sejam os filmes subsequentes, é interessante por explorar e manter vivo aquele que ajudou a consagrar o terror como um gênero importante.

Comentários (0)

Faça login para comentar.