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Críticas

Cineplayers

Um bom suspense pelas mãos de Bill Paxton, apenas em seu segundo filme.

7,0

Existem algumas coisas que conseguem como ninguém segurar o clima e a trama de um suspense. Esses “recursos” utilizados pelos diretores acabam se sobressaindo muito bem em alguns filmes notáveis como, por exemplo, “O Sexto Sentido”, onde a revelação no final do filme acaba mexendo com todos da platéia.

Outro recurso muito utilizado por alguns filmes, como por exemplo o suspense picante “Garotas Selvagens”, é a revelação dos finais (justamente no final da película) de várias seqüências gravadas ao longo da projeção, que vão dando uma linearidade à cadeia de pensamentos do filme que, até então, o público não havia tido acesso. Um recurso que se utilizado com inteligência pode transformar películas regulares em bons filmes, justamente por “brincar” com esse lado da imaginação do público, fazendo com que ele descubra o que aconteceu e se engane com o óbvio.

Talvez o melhor de tudo isso que tenha citado até agora é que a produção de 2001, “A Mão do Diabo”, reúna e traga tudo isso, não de uma forma brilhante, nunca isso, mas diria que formidável e bem apresentado. A película é dirigida por Bill Paxton, sua segunda apresentação na cadeira de diretor. Antes de “Frailty”, Paxton havia feito apenas a boa película “Fish Head”, de 1982.

Dezenove anos após seu primeiro filme, Paxton resolveu por fim assinar o seu segundo projeto. Bill é muito mais conhecido por sua extensa carreira de ator (que inclui filmes como U-571, Titanic, Twister, entre outros) do que por seu talento como diretor. Entretanto, o mesmo não deixa de fazer bonito em “A Mão do Diabo”. Conduz o filme de forma bem balanceada. Talvez esse fosse o indício de um único ponto fraco. A película é boa, mas não possui um clímax fenomenal capaz de transformar a produção numa grande obra. Mas aí seria pedir demais de uma pequena produção como essa (talvez não?), afinal de contas, a mesma já conta com ótimas atuações.

E por falar em atuações o filme conta com vários atores em bons papéis, com ótimos diálogos em excelentes performances. Bill Paxton e Matthew McConaughey (de Como Perder um Homem em 10 Dias) são os protagonistas da produção. Talvez uma das maiores revelações que o filme tenha trazido consigo seja o roteirista Brent Hanley, que nunca havia escrito outro projeto até então em sua vida e que deu um excelente pontapé inicial em sua carreira com esta produção. Como havia dito previamente, o roteiro do filme é bem elaborado principalmente quando utiliza-se dos recursos mencionados no início desta análise. Os diálogos são muito bem escritos e a caracterização e o desenvolvimento dos personagens estão ótimos também.

O roteiro que Brent criou conta a história de Fenton Meeks (Matthew McConaughey), um jovem rapaz que vai até o escritório do FBI em sua cidade dizer que seu irmão Adam pode ser o serial killer da região que os investigadores tanto procuram. O filme usa flashbacks para mostrar a infância de Fenton, que tinha um pai que acreditava ter recebido uma missão de Deus, uma missão nada conveniente: matar certos demônios que estariam alocados em corpos de pessoas comuns. Fenton sempre viu seu pai como uma pessoa maligna enquanto seu irmão Adam via o mesmo como um herói.

Destaco também os atores mirins Matthew O´Leary e Jeremy Sumpter, que interpretam Fenton e Adam, respectivamente, em suas infâncias. Sólidos, os mesmos conseguem ao lado de Bill Paxton trazer um clima tenso à película, que segue durante todos os momentos em que os flashbacks ocorrem.

A trilha sonora do filme infelizmente não é nada marcante. Não chega a ser algo decepcionante mas ainda assim é bem abaixo do que poderia apresentar. Uma pena, pois isso poderia fazer com que certas seqüências tivessem um impacto bem maior, proporcionando maior tensão ao público. Ao longo da projeção as trilhas se apresentam como na maioria dos filmes de suspense atuais: fazem sua parte, apenas isso.

A fotografia também é ótima. Até mesmo o trabalho final da arte do cartaz de “A Mão do Diabo” ficou um trabalho bem feito. No filme, ela está sombria como sugere um filme do gênero e merece destaque. O diretor Paxton soube não abusar muito da escuridão e não teve problemas em suas seqüências com a maioria de suas cenas com pouca luminosidade, ainda bem.

Finalizando, Frailty é um filme muito bom, feito por um promissor diretor e escrito por um roteirista mais promissor ainda. A película é uma produção italiana de 2001 que chegou em todas as locadoras nacionais agora no início do segundo semestre  de 2003. Um bom suspense com um ótimo final, não deixem de conferir.

Comentários (1)

Cristian Oliveira Bruno | quinta-feira, 28 de Novembro de 2013 - 18:35

O filme é bom, mas Paxton é horroroso!! Quem sabe passe a dirigir apenas.

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