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Críticas

Cineplayers

Personagens superficiais e direção medíocre dão a tona deste filme morno.

3,0

É normal assistirmos a filmes cheios de falhas, ou que nós saímos do cinema horrorizados com a mensagem que o cineasta nos quis passar. Porém, não existe coisa pior do que testemunharmos um filme chato, sem vida, e que é meramente uma repetição de todos os clichês de determinado assunto-tema que o cinema já fez questão de esgotar há muito tempo. É nesse caminho que Algo Que Você Precisa Saber percorre.

O filme fala sobre uma família problemática da classe alta francesa. O pai, Henry (Patrick Chesnais), teve um enfarto recentemente e anda com sua saúde abalada. Recém-aposentado, passa os dias em pequenos compromissos que só servem para tirar o vazio de sua agenda. A mãe, Mady (Charlotte Rampling), é a figura perfeita da mãe controladora, que é um bocado burguesa, gosta de tudo em ordem e adora implicar com os filhos, que são três: Annabelle (Sophie Cattani), cuja única função no filme parece ser jogar tarô, além de uma participação minúscula no clímax; Alice (Mathilde Seigner), uma pintora underground; e Antoine (Pascal Élbe), que dirige uma empresa de arroz que está à beira da falência, e que por sua vez é casado e pai de dois filhos.

Tudo muda quando Alice é presa por porte de cocaína e começa a se envolver com o policial Jacques (Olivier Marchal). Seus próprios problemas pessoais vão encontrar eco na família de sua nova paixão, tecendo a rede de personagens. O filme possui porém, um ritmo muito truncado, ficando estagnado em banho-maria por quase uma hora até o grande clímax, que revela inclusive ser uma cena totalmente morna e que acaba não progredindo a trama de maneira alguma.

Os atores estão pífios, nenhum conseguindo trazer credibilidade. A grande Rampling tem um papel muito superficial, que nem uns diálogos soltos criados com o intuito de lhe dar alguma humanidade conseguem salvar. Ela fica engessada na personagem, não trazendo nenhuma vida, fato em que lhe acompanha o elenco inteiro, até porque ninguém tem uma personagem minimamente desenvolvida.

Cécile Telerman, em seu segundo filme, constrói um ambiente totalmente desprovido de criatividade, com uma linguagem muito próxima à de um telefilme, com planos fechados e estáticos, além de uma iluminação bem superficial e sem nenhum detalhamento. Ao final, temos apenas a sensação de uma hora e meia de puro enfadonho, com uma das famílias mais chatas e insuportáveis a cruzar a tela de cinema. E o mais incrível é que Telerman parece realmente crer naquelas vidas, ato simbolizado pela cena final. Beira o bizarro.

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