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Críticas

Cineplayers

Apesar do carisma dos esquilos cantantes, o filme é absolutamente preguiçoso em tentar criar algo interessante.

2,0

Dirigido por Tim Hill, o diretor responsável pelo segundo filme do gato preguiçoso Garfield, Alvin e os Esquilos chegou aos cinemas antecipando as comemorações de 50 anos da criação dos personagens. Foi em 1958 que Ross Bagdasarian lançou para o mundo três esquilinhos adoráveis, brincalhões e, principalmente, cantantes. Repare no número da casa em que o protagonista Dave vive, é o mesmo do ano. Infelizmente, a versão cinematográfica funciona como uma brincadeira de mau gosto, promovida por um roteiro absurdamente caótico e carente de qualquer revisão apurada. O número de problemas de continuidade, lógica e falta de originalidade é gigantesco e, mesmo considerando que o público-alvo sejam as crianças, que realmente não dão importância a esses elementos de forma contundente, a sensação de programa barato está estampada em todos os frames de Alvin e os Esquilos.

Apesar da personalidade bondosa dos animais e de um carisma bastante grande, o filme falha em criar uma apresentação interessante dos mesmos para seu público, colocando-os em uma sequência infindável de cenas bobinhas escritas com o único intuito de divertir passageiramente os infantes. Cenas com os esquilos aprontando confusões na casa de Dave ou cantando músicas pop assolam o filme, fazendo com que nenhum momento dele pareça genuíno, da forma que poderia nos fazer pensar: “esses personagens são realmente bons e diferentes”. Ainda assim, o filme possui doses razoáveis de humor, isso da perspectiva de quem realmente não se importava com os personagens anteriormente. Ao final do filme, mesmo após algumas risadas, continuei não me importando. Talvez quem conhecia o trio maluquinho de antemão vá gostar.

O roteiro traz todas as lições de moral esperadas em produções desse tipo. Amor, amizade, companheirismo, honestidade. Para criar conflito, há o vilão, interpretado por David Cross, um empresário musical inescrupuloso do tipo que certamente você já conhece de outros filmes. Dave (Jason Lee) também é um tipo conhecido. Em baixa na carreira de compositor, é pisado por todos, inclusive pela sua belíssima ex-namorada. É quando encontra os esquilos cantantes que trazem novas perspectivas à sua vida e carreira. E por aí vai. O roteiro é obviamente preguiçoso em tentar evitar clichês, e não faz a mínima questão de escondê-los, bem pelo contrário, orgulha-se deles e tenta conquistar seu público em cima de situações totalmente vencidas.

Mesmo tecnicamente o filme apresenta seus tropeços. Os atores tiveram que se virar para interagir com os esquilos virtuais, e nem sempre o resultado final ficou bom. Às vezes, os atores olham para direções diferentes de onde deveriam supostamente olhar. Nada que as mentes excitadas das crianças perceberão, mas é um fato de demonstra, mais uma vez, a falta de cuidado da produção. Já a qualidade técnica dos desenhos dos esquilos ficou bem interessante, pois estes são bem animados, embora não sejam fotorrealistas, até porque certamente esse não foi o objetivo dos produtores. Apesar das enormes limitações e dos imensos problemas, os esquilos estão sendo um sucesso arrebatador nas bilheterias. Somente devido ao carisma dos bichinhos, que consegue superar o fato de terem sido explorados de forma medíocre em um filme medíocre. Minha dica é deixar passar.

Dica: evite a todo custo a versão dublada. Mais ou menos a metade das vozes dos esquilos é ininteligível, devido a um trabalho certamente irresponsável. O episódio confirma o Brasil como um país que possui estúdios de dublagem muito ruins.

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