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Críticas

Cineplayers

Horrível em todos os sentidos. Uma amostra detestável de cinema.

1,0

Isso é o que acontece quando um diretor ruim ganha auto-confiança demais: as bombas logo passam a surgir, e elas ganham destaque demais nos cinemas e nas locadoras, com grandes cartazes, roubando público de filmes melhores. Rob Cohen fez o divertido Velozes e Furiosos (que inaugurou uma onda detestável de filmes sobre rachas, a maioria saindo direto em vídeo) e depois o movimentado e também divertido xXx. Stealth é uma tentativa de misturar ação com ficção científica, mas o filme é de uma pretensão descomunal, e o máximo que consegue é arrancar risadas com cenas esdrúxulas, roteiro deprimente e atuações amadoras.

Em um futuro próximo, um grupo especial da Marinha dos Estados Unidos possui três pilotos altamente treinados em darem cabo de terroristas ao redor do mundo, com a mais avançada tecnologia em aviões. Um novo modelo, autônomo, que não precisa de piloto, e com potente inteligência artificial é a nova maquininha dos olhos do governo. Até que um raio o atinge durante a sua primeira missão, alterando seu comportamento, transformando-o em uma espécie de avião “maldito”. A partir daí, ele passa a desobedecer a ordens e abater seus próprios companheiros, colocando em risco a paz mundial (com sua vozinha irritante à lá H.A.L.).

Tudo bem, é óbvio que o filme não foi criado para primar pelo realismo. O número de cenas forçadas, fisicamente impossíveis e que desafiam a inteligência até da mais estereotipada das loiras é um dos maiores no cinema do nosso milênio. Ora, provavelmente é o maior de toda a história do Cinema. xXx fez sucesso por conta disso, mas daí a multiplicar tudo aquilo por 1000... mal gosto tem limite. Ainda assim, se conseguirmos ignorar esses exageros e olhar o filme objetivamente pela sua proposta (a velha "diversão descompromissada"), não dá pra descartar as péssimas atuações de um elenco jovem e medíocre. Até o oscarizado Jamie Foxx pode ser um canastrão com um texto desse nível, que possui frases como "Eu e você... somos dois!".

Se ao menos o visual compensasse. Mas os efeitos especiais são horripilantes. Um videogame (que nem precisa ser de última geração) consegue ser mais realista. É a banalização total da mídia. Algo desse tipo não deveria ser considerado cinema, embora por definição o seja. No final das contas a única coisa interessante seriam as curvas de Jessica Biel, que são vagamente exploradas pelas câmeras (sim, o filme TENTA ser sério, de fato, e não apela nesse assunto), mas isso soaria um tanto machista. Então, o único motivo mesmo para assistir a Stealth são as risadas provocadas por cenas pretensamente sérias, mas cujo resultado ficou deplorável. Quer saber? Você pode viver sem isso. O filme mostra o perigo de se dar muita atenção a um diretor como Cohen. Que este seja expulso de Hollywood.

Comentários (3)

Davi de Almeida Rezende | domingo, 21 de Junho de 2015 - 23:04

O filme não é tão ruim assim, rs.

Pra quem coloca em primeiro lugar um filme com roteiro esdrúxulo como O Segredo de Seus Olhos, chamar Stealth de esdrúxulo soa contraditório.😏

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