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Críticas

Cineplayers

Um dos primeiros filmes catástrofe que divide opiniões entre público e crítica.

7,0

Eis aqui um filme que causou um frisson enorme e, ao mesmo tempo, foi aclamado pelo público geral e massacrado por boa parte da crítica. A performance cinematográfica de Armageddon é, ainda hoje, algo muito discutido em uma roda de amigos e/ou críticos. Você encontrará gente que ama a produção e que a odeia com todas as forças. Difícil mesmo é encontrar alguém que fique em um meio termo. Como eu, por exemplo.

Apesar de todas as controvérsias, todos concordam em um ponto: Armageddon acabou por marcar a década de 90, como um dos primeiros filmes-catástrofes que por tanto abalaram os cinemas norte-americanos nessa mesma época. A partir daí, vários seguiram o mesmo caminho, muitas foram as cópias. Para falar a verdade, foram tantas cópias e idéias parecidas com relação a esse tema (os filmes-catástrofes) que não dá para distinguir mais quem influenciou e quem discaradamente copiou quem. Independency Day, Twister, Cowboys do Espaço, Impacto Profundo; e os mais atuais Mar em Fúria e O Dia Depois de Amanhã são apenas alguns bons exemplos de filmes que exploram o mesmo tipo de ramo. E, inevitavelmente, possuem características similares entre si, seja no roteiro, na caracterização dos personagens ou na quantidade de clichês adotados nos diálogos e fora deles.

Presenciamos, durante essa produção também, uma das parcerias que mais esteve presente nos cinemas norte-americanos durante algum tempo, sempre trazendo filmes com uma temática catastrófica para as telonas, de preferência com muitas explosões e destruições. É claro que estamos falando do diretor Michael Bay e do produtor Jerry Buckheimer. Juntos, esses dois protagonizaram vários momentos espetaculares nos cinemas mundo afora. Ok, convenhamos, nem sempre seus filmes pesavam pela qualidade do roteiro, mas sim pelos estonteantes efeitos sonoros e visuais que até hoje ainda podem impressionar. Os dois, mais tarde, vieram a formar uma produtora juntos e estiveram envolvidos direta ou indiretamente em várias produções do gênero. Contudo, depois do fracasso comercial do filme, que eles alegavam ser o novo Titanic da sétima arte, Pearl Harbor, os dois optaram por ficarem quietos em seus respectivos cantos, temporariamente.

Armageddon conta a história de um grupo de perfuradores, que vivem de perfurar para achar petróleo - o melhor grupo do mundo -, que é chamado pelo governo norte-americano para livrar o mundo de uma ameaça: um grande meteoro que tem como rota o planeta Terra, colocando em jogo a vida de todos que aqui estão, e deve colidir com o planeta em questão de semanas. Aliado a esse cenário, como não poderia faltar em um filme de Michael Bay, temos um casal que vive um romance complicado. Harry (Bruce Willis, de O Sexto Sentido), o chefe da trupe, é o pai da única mulher do grupo (Liv Tyler, de The Wonders - O Sonho Não Acabou), que vive um romance com o sujeito mais desastrado do grupo de perfuradores (interpretado por Ben Affleck). Obviamente, o relacionamento do garoto com Harry não poderia ser dos melhores.

Armageddon foi, antes de tudo, um espetáculo áudio-visual para quem teve a oportunidade de assistir à película em meados de 1998 nos cinemas, bem antes da revolução e do choque tecnológico causado por Matrix e Star Wars Episódio 1 - A Ameaça Fantasma. As cenas da destruição de Nova York, a primeira chuva de meteoritos, é simplesmente fantástica e conduzida com plena maestria. Um trabalho impecável para quem trabalhava com a tecnologia da época.

Entretanto, se o filme prima pelos efeitos sonoros e visuais, infelizmente não podemos falar o mesmo no que diz respeito ao roteiro da produção. Existem passagens clichês que claramente poderiam ter sido evitadas, como a "animal cracker", que até virou parte integrante da trilha sonora original do filme. A passagem nada mais é do que uma seqüência de diálogos clichês feita previamente para ser usada como flashback ao final do filme para fazer o público se emocionar. Um recurso bem ordinário, diga-se de passagem, mas funciona bem com as almas mais fracas.

Mas é aquela tal coisa... Até que ponto devemos relevar assuntos desse patamar em um filme como esse? Quando você assiste a um filme infantil, é claro que você não é tão rigoroso assim com determinados aspectos ao julgar o filme, afinal, são propostas completamente opostas. Não estou falando para esquecer das péssimas passagens que Armageddon traz, mas... São essas passagens realmente o quê estraga o filme para você? Então me desculpe, mas temo que assistiu ao filme esperando ver algo que jamais um filme-catástrofe desse tipo foi capaz de apresentar. Como disse: é relevante em determinados aspectos. Mas quem determina o quanto, é você. Assista sem preconceitos e conseguirá encontrar a graça da produção.

Trilha sonora! Outro aspecto que ainda causa polêmica em Armageddon. Particularmente falando, acho que ele sofre (ou sofreu) do mesmo mal de Titanic. São dois filmes que possuem uma trilha sonora muito boa, mas que ficaram extremamente cansativas e pesadas por tanto tempo terem ficado nas rádios e nos veículos de comunicação. Visibilidade da trilha sonora para uma produção é ótimo, sinal de sucesso. Mas super-exposição pode causar o efeito inverso também, fazendo com que aquela determinada música-tema seja lembrada como uma música "xarope", no linguajar popular. Assim aconteceu com a simpática "I Don't Wanna Miss a Thing", do grupo Aerosmith, a música-tema que embalou Armageddon.

Concluindo, Armageddon é um filme-pipoca que cai bem naquelas horas em que os amigos estão reunidos e você não quer nada além de dar boas risadas e ter um filme com belos efeitos especiais para ver. Isto é Armageddon. Caso você não seja muito exigente, irá se divertir, com toda certeza.

Comentários (1)

Cristian Oliveira Bruno | sexta-feira, 22 de Novembro de 2013 - 16:55

Apesar da falta de cérebro de Bay, Billy Bob-Torton, Bruce Willis e Steve Buscemi carregam o filme e levam o horrendo Ben Affleck nas costas. Tirando o papel bobinho de Liv Tyler, tem ótimos efeitos e diverte. Não tem como não se emocionar com o final, mais por ver Bruce Willis morrer no lugar do bostinha do Affleck, mas é emocionante de qualquer jeito!!

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