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Críticas

Cineplayers

Mesmo que não seja um desastre, a nova comédia romântica de Queen Latifah é outro exemplo de falta de criatividade dos produtores.

5,0

Queen Latifah, que não é atriz, e sim cantora, chega aos cinemas em mais uma comédia. Seria interessante descobrir os motivos que levaram os produtores de Hollywood a acreditar que ela é uma boa comediante, afinal, ela não tem timing cômico e não consegue fazer humor visual. Claro, os roteiros que ela ganha não são nenhuma maravilha, vide Táxi ou A Casa Caiu. Dessa forma, não foi surpresa nenhuma constatar, ao final da sessão de As Férias da Minha Vida, que seu novo filme pode ser definido como apenas mais do mesmo.

O que pode enganar o espectador é o fato de seu primeiro ato ser insuportavelmente horrível e, daí para frente, melhorar consideravelmente, configurando-se como um filme divertido e que ao mesmo tempo passa uma mensagem positiva. A história é sobre uma simples vendedora que descobre que tem uma doença terminal e gastará todas as suas economias em uma viagem de luxo na Europa. A partir daí, ela adquire uma força natural de conseguir se fazer feliz e trazer felicidade aos outros com seu exemplo de vida. Leu? Então, como dito, nada de novo aí.

Mas no final de tudo o filme não é um desastre como prometia. A primeira parte é horrivelmente dirigida, feia e totalmente sem graça. Quando novos personagens vão se apresentando, sobretudo o chef de cozinha vivido pelo sempre simpático Gérard Depardieu, o filme adquire ares mais interessantes, e o fator dramático ganha força sobre a comédia (que convenhamos, na maior parte do tempo é totalmente aborrecida). Mesmo com uma historinha de moral vencida e altamente previsível, o filme tem a força de conquistar pela simpatia de sua simplicidade. Obviamente isso não é suficiente para tirar o rótulo de mediocridade imposto pelo diretor logo de cara.

Não existem grandes motivos para se falar das atuações. O roteiro é bem limitado e não dá chances aos atores, com exceção de Latifah, que possui uma curva dramática bem acentuada dentro da trama, e se sai como em todos seus outros filmes recentes: bonitinha, mas ordinária. Porém, quando tenta fazer comédia, o filme arranca poucas risadas não pela capacidade cômica de seu elenco (como eu já havia comentado, Latifah realmente não serve para o negócio), mas sim pela simplicidade dessas tentativas, que podem ganhar o espectador menos exigente.

Este é apenas mais um filme que chega aos cinemas e sairá voando sem deixar marca alguma. Não combina muito com o mercado brasileiro, por ser a típica comédia romântica genérica produzida por Hollywood (assim como nossas comédias românticas nunca seriam bem vendidas nos Estados Unidos). Bem, chega de utilizar meu tempo para falar de algo tão sem graça, e de utilizar o seu tempo fazendo-o ler, escrevendo mais alguma coisa. Pode passar batido por este.

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