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Críticas

Cineplayers

Jackie Chan reencontra Owen Wilson para muito mais do mesmo, só que dessa vez em Londres.

5,0

Bater ou Correr em Londres une mais uma vez o astro oriental de inglês enrolado Jackie Chan com o malandro e mulherengo Owen Wilson para armarem muita confusão na franquia. Ou seja, nada de novo. Essa frase resume tudo o que há para se falar do filme: apesar de divertido, tudo o que temos aqui já foi visto em algum lugar, até mesmo as façanhas que Jackie faz. Para não falar que é uma cópia descarada da versão anterior, há algumas diferenças entre o outro filme e esse novo. A mais óbvia é que deixaram o velho oeste ambientado no primeiro filme para dar lugar a melancólica Londres do século XIX. Com isso, achei que o filme perdeu identidade, pois o clima que havia no anterior foi atropelado para dar novos rumos e opções aos nossos heróis.

A segunda grande diferença é o clima despreocupado que o diretor David Dobkin (não é o mesmo do primeiro filme) optou, pois aqui temos um total descompromisso com a seriedade que o primeiro filme ainda mantinha. Como assim? Simples, aqui coisas bem cartunescas acontecem, como efeitos sonoros para realçar a brincadeira toda que está sendo mostrada. As situações também contribuem para isso, ainda mais absurdas que no primeiro filme, tudo em nome da diversão. Algumas realmente funcionam, mas outras já foram tão gastas por outros filmes que até com os erros de gravação você ri muito mais do que durante essas passagens do filme.

Jackie Chan, como dito antes, não faz nada de novo em relação aos seus outros filmes. Aqui temos a confirmação de que seus filmes comediantes de duplas realmente tomaram sua agenda de filmagem, pois diferente do início de sua carreira, a seriedade e as lutas deixaram de ser prioridades. Talvez por serem filmes mais seguros, que agradam a gregos e troianos, pois o seu último filme sozinho, por exemplo, O Terno de 2 Bilhões de Dólares, é uma bomba atômica prestes a explodir a qualquer momento. Suas acrobacias já foram vistas e revistas. A parte que ele joga os adversários longe pulando nas lonas já foi usada antes, assim como a briga com a escada ou então os saltos grandes que costuma dar. Mas elas continuam funcionando e, a menos que você não seja dos que esperam sempre inovações em filmes, vai se divertir bastante com suas peripécias vistas e revistas.

Já Owen Wilson não gosto muito. Pelo menos aqui ele funciona melhor do que em papéis sérios, como Atrás das Linhas Inimigas, por exemplo, sendo a balança da trama para que as situações mais doidas do filme possam acontecer. O homem do nariz torto tem seus momentos, mas nada de grande destaque. Novamente falando dos erros de gravação, por lá também se encontram alguns de seus melhores momentos. O estranho era ver o clima completamente agradável dos sets que não conseguiu se transportar para a tela. Ainda sobre os personagens, temos a inclusão de uma lutadora na franquia, Fann Wong, e um grande lutador chinês, assim como Chan, Donie Yen. O interessante é que, neste filme, foi apenas a primeira luta ocorrida entre os dois grandes astros do cinema chinês, seu primeiro encontro.

Sobre a trama, um rebelde chinês mata o pai de Wong Chon (Jackie Chan) e foge para a Inglaterra com o selo sagrado, o qual a família de Chon era guardiã. Obviamente, Jackie decide ir atrás do assassino, vingar a morte do seu pai e recuperar o objeto roubado, que tem a segurança sob responsabilidade de sua família, que por gerações protegem o artefato. Para isso, conta com a ajuda do figurão Roy (Owen Wilson) e Lin (Fann Wong), que interpreta a irmã de Chon. Obviamente, uma grande conspiração está por trás disso tudo, com Wu Chan (Donnie Yen).

A sinopse não é o único clichê que o filme possui. Temos tudo no que consta no manual do clichê: os mocinhos, a dama pelo qual o herói se apaixona, a ajuda confrontando as leis locais, enfim, tudinho mesmo. Mas ao mesmo tempo que o filme vai fazendo uma reciclagem de tudo o que há no gênero, também tem uns momentos de grandes sacadas, como por exemplo o nome do personagem de Chan no ocidente: John Wayne, ator de grandes westerns da década de 50, uma fantástica cena em que Jackie Chan vai brigando com uma gangue homenageando claramente o clássico Cantando na Chuva e, a melhor de todas, a grande aparição do temido Jack, O Estripador. Eu ri muito, mas MUITO mesmo com a participação do personagem no filme. Grande parte da nota que eu dei, apesar de tudo o que falei, se deve por essas sacadas e as acrobacias de Jackie, porque o resto poderia se embrulhar tudo e jogar no lixo colorido mais próximo de reciclagem para entrar novamente em algum outro filme de ação.

Comentários (2)

Rodrigo Giulianno | sábado, 08 de Outubro de 2011 - 16:12

Filme horroroso e chato! Não vale nem uma resenha.

Cristian Oliveira Bruno | sábado, 23 de Novembro de 2013 - 13:40

Astros asiáticos em Hollywood são sempre usados nesses filmes patéticos. Basta comparar com os primeiros filmes do Jackie Chan pra ver.

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