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Críticas

Cineplayers

Mais lama para o currículo de Nicolas Cage.

1,0

O que está acontecendo com Nicolas Cage? Não que algum dia ele tenha sido um ator excelente, mas nada que se compare ao atual abismo em que se encontra. Ao que parece, o astro hollywoodiano nem ao menos lê os roteiros que recebe, e sequer possui consciência sobre o que ele está fazendo com sua própria carreira. De uns tempos para cá, ele está contentando-se apenas com papéis medíocres, em obras excessivamente ordinárias, apenas para quitar suas dívidas. Caça às Bruxas (Season of the Witch, 2011) não foge à regra, e mais que uma produção imprestável, este filme é mais um adicional de sujeira ao currículo de seu ator principal.

Contando com uma ambientação precária da Idade das Trevas européia, Caça às Bruxas narra a trajetória de dois cavaleiros templários, que lutam com a certeza de estarem expurgando da Terra os inimigos de Deus. É então que um deles (Cage) conscientiza-se de que aquelas batalhas de divinas nada possuem e que foram nada mais que meros instrumentos de guerra, simplesmente por serem vítimas da simonia praticada pelos representantes da igreja. Por perderem a fé na instituição católica, os dois saem numa viagem sem rumo, até retornarem à sua terra natal, onde lá se vêem em meio a um cenário devastado pela peste negra. No mesmo local, os dois homens finalmente aceitam uma última missão sob propósitos religiosos, onde devem, junto a outros acompanhantes, transportar uma jovem garota condenada por bruxaria a um longínquo mosteiro, onde será ouvida e julgada.

Há algo de extremamente incômodo em filmes como este, pois mesmo contando com a bruxaria como seu tema principal, a obra jamais consegue trabalhar bem com este tópico, e é realmente desapontador quando analisamos uma produção cinematográfica que não consegue nem ao menos retratar dignamente seu assunto principal. As bruxas aqui são abordadas de modo superficial, relegadas sempre ao segundo plano, onde o roteiro jamais acredita na forte mitologia que há por trás destas entidades, tornado-as nada mais que caricaturas pobres e vazias. Nesse ponto, portanto, o filme passa a acreditar fervorosamente em seu título, tratando as históricas batalhas religiosas como um simples jogo de “gato e rato”, relatando de maneira infantil apenas um lado da moeda: a igreja católica.

Além de um trabalho excessivamente preguiçoso no roteiro, também possui uma estética irresponsável, que em nenhum momento sequer consegue modelar uma ambientação digna, que ao menos faça a platéia sentir-se inclusa naquela jornada. O ineficiente design de produção, ao invés de adicionar a experiência visual, somente inclui-se como um dos muitos equívocos do filme, e chega a ser curioso analisar que, ao que tudo aponta, os envolvidos no projeto parecem satisfeitos em achar que o espectador irá realmente se envolver por uma história tão ultrapassada, pois essa é a única teoria plausível para explicar o fato dos efeitos gráficos serem tão ultrajantes.

Mesmo prometendo uma história movimentada, ágil, o filme jamais consegue equilibrar seu ritmo, cambaleando tanto nos momentos de ação quanto nos de calmaria. Culpa do roteiro infantil, culpa dos efeitos visuais, culpa também da direção e da montagem, com seus cortes abruptos e sua visível falta de tato para sustentar a narrativa. Resta então para Caça às Bruxas, como o último “ás” na manga, uma aposta numa aventura incrivelmente previsível, para tentar, com isso, respirar do mesmo ar que grandes épicos cinematográficos, e no fim crer que o público sairá da sessão acreditando que aquela fora realmente uma grande experiência cinematográfica; mas o que não sabe é que, diferente de seu ator principal, não são todos que se contentam com migalhas.

Comentários (1)

Cristian Oliveira Bruno | sábado, 23 de Novembro de 2013 - 15:53

Acho o filme muito ruim sim, com roteiro fraco e ambientação péssima, sem falar nos efeitos especiais que de especiais não têm nada, mas não daria 1.

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