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Críticas

Cineplayers

Sarah Jessica Parker repetindo o papel de sua vida, dessa vez ao lado de Hugh Grant, que chancela mais uma comédia romântica.

5,0

"Sem surpresas". Apesar de mínima, esta sentença define bem o espírito de mais uma comédia româtica protagonizada por Hugh Grant. Longe de implicar com o Mickey Olhos Azuis que tantos sorrisos já arrancou das mais variadas platéias pelo mundo, mas desta vez o que ele conseguiu foi deixar um gostinho ransoso entre a nostalgia de seu (mau) humor britânico e trejeitos conhecidos mesclado àquela decadência física que a maturidade traz para todo mundo e que Grant já não pode mais esconder.

Enquanto isso, Sarah Jessica Parker aparece, novamente, bastante confortável em sua zona de conforto interpretativo: sua Meryl Morgan nada mais é que uma versão menos espirituosa da conhecida e – porque não? - ícônica Carrie Bradshaw, da agora cinematográfica saga Sex and The City.

Assim é que Grant e Parker interpretam um casal recém-separado, os Morgans. Já de saída sabemos que Paul está disposto a convencer Meryl a retomar o casamento. Então, com uma ajudinha irônica do destino e do roteiro, ambos presenciam um assassinato e precisarão passar pelo programa de proteção às testemunhas, que os levará a uma cidadezinha de interior, onde juntos passarão por várias situações pitorescas e algumas lições de vida acompanhados por um casal que servirá de contraponto à sua crise: o Xerife  Wheeler (Sam Elliott) e sua esposa Emma (Mary Steenburgen).

Aliás, a experiência do casal Wheeler transforma suas cenas em ilhas de alívio num filme fortemente marcado por dois personagens já muito conhecidos. Na trama existe ainda um outro casal formado respectivamente pela assistente de Meryl, Jackie Drake (Elisabeth Moss), e pelo assistente de Paul, Adam Feller(Jesse Liebman), mas esta subtrama – para o bem ou para o mal – é pouco explorada, rendendo apenas uma ou duas cenas engraçadas a respeito.

De saída é preciso frisar que não há nada de errado com Cadê os Morgans?, pelo contrário. Aos fãs de comédias românticas certamente agradará e ao menos desta vez não veremos a protagonista dividida entre a carreira e a família, motivo bastante recorrente para as separações entre casais em filmes do gênero. Sinal dos tempos, já que a mulher modelo dos anos 10 já não se questiona sobre coisas desse tipo, pois aprendeu a equilibrar todas as suas funções e agora está em busca do parceiro ideal: aquele que vai lembrar os o que disse nos votos de casamento, mesmo dez anos depois da cerimônia.

Simpático apesar de repetitivo, Cadê os Morgans não empolga nem sai de cima.

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