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Críticas

Cineplayers

O amor está escondido entre os segundos.

6,0

Sean Ellis é um inglês que ainda criança começou a tirar fotos e que no fim da década de 90 já era conceituado fotografando moda para revistas como The Face e Vogue. Começou então a dirigir comerciais e videoclipes, até que em 2005 teve seu curta Cashback indicado ao Oscar. Sim, temos dois Cashbacks dirigidos e roteirizados por Sean Ellis, utilizando praticamente o mesmo elenco. O longa metragem (de 2006), de que trata esta crítica, é uma versão estendida do curta homônimo de 18 minutos gravado em 2004.

O que inicialmente era apenas a história - semelhante a O Balconista, de Kevin Smith – sobre um rapaz que passa as madrugadas trabalhando num supermercado e as artimanhas que ele e seus colegas inventam para resistir às 8 horas diárias desperdiçadas no lugar, em sua versão longa, transformou-se numa história sobre o amor de um homem pela figura feminina. Na verdade uma enorme admiração pelas formas e pelas composições possíveis ao corpo feminino (o que pode ter sido uma grande homenagem de Sean Ellis ao ofício de retratista e à beleza das modelos retradas).  E apesar desse apego às formas, o protagonista Ben Willis (interpretado por Sean Biggerstaff) também ama.

Considerado por muitos apenas mais um exemplar do cinema indie, na mesma linha de filmes como Hora de Voltar de Zack Braff e Eu, Você e Todos Nós de Miranda July, Cashback tem como diferencial o fato de ser não apenas um filme luminoso, como também esperto. Com tiradas bem mais engraçadas que os filmes antes citados e com vários truques de edição e montagem que compõem a atmosfera necessária à entrada no universo de Ben Willis, ele nos instiga curiosidade até mesmo com seu cartaz.

Conta a história de um jovem estudante de belas artes que, depois do término de seu primeiro relacionamento sério, passa a sofrer de insônia. Não sabendo o que fazer com esse tempo extra, resolve trabalhar no turno noturno de um supermercado e de quebra passa a se considerar capaz de congelar o tempo. Todos no supermercado encontram escapes para o fatigante expediente, e o de Ben é congelar o tempo e passear pelos corredores desenhando esses pequenos segundos congelados da beleza feminina cotidiana. Nesse vai-e-vem, sua colega de trabalho Sharon Pintey (Emilia Fox), chama sua atenção e pode ser a única capaz de quebrar-lhe o encanto da insônia.

Delicado e colorido, merece nota pela bela fotografia, pela montagem e pelos efeitos de transposição de tempo-espaço, bem como pela atuação divertida do elenco de apoio, destacando Shaun Evans como o amigo de infância de Ben, e Stuart Goodwin como gerente do supermercado.

Coloridamente me fez criar a expectativa da espera do próximo filme de Ellis, The Broken, que está em fase de pós-produção.

Comentários (1)

Alexandre Barbosa da Silva | quinta-feira, 08 de Setembro de 2011 - 02:05

Gostei muito do filme. Agora vou assistir ao curta metragem. Mesmo assim, gostei bem mais de Hora de Voltar 😁

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