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Críticas

Cineplayers

Sandler continua fazendo o que sabe de melhor: sendo o bom moço em um filme de roteiro seguro, mas agradável.

6,0

Click é a grande comédia feel good da temporada. Contando com uma agradável mistura entre humor visual e situações dramáticas bonitinhas, este filme vem para agradar a quase todo mundo – homens, mulheres e crianças – por apostar em uma fórmula mais do que batida, mas segura e divertida. Traz também uma boa lição de moral que funciona, pois é apresentada de forma bem evidente e clara. Como não poderia deixar de ser em um filme popular, está tudo mastigadinho e as piadas são quase sempre faladas duas vezes para certificar-se que o público de fato as entendeu. No geral, mais um filme bonitinho e ordinário.

Adam Sandler interpreta novamente um papel de bom moço que se mete em furada, o que significa que, além do roteiro, ele também está jogando em território seguro. Mas é um ator que funciona perfeitamente para esse tipo de personagem, de fácil identificação para o público, por não ser nenhum galã e sempre apresentar características bastante humanas. Há todo um bom elenco de suporte, que inclui a como sempre linda Kate Backinsale e um bizarro Christopher Walken, como uma espécie de anjo da guarda. Sean Astin também faz uma participação quase especial – aparece muito pouco mas faz parte de uma virada importante no roteiro perto do final do filme.

Surpreende o fato de Click não ficar somente na comédia. Ele leva sua lição de moral bastante a sério, tanto que o segundo ato é predominantemente um drama – light, é verdade, mas é. O filme avança na vida de Michael (Sandler) enquanto ele vai brincando com seu controle remoto da vida, e é sempre interessante ver a maquiagem e os cenários futuristas à medida em que o tempo vai progredindo. Não há um trabalho muito aprofundado nesses dois elementos (maquiagem e cenários), mas ainda assim não deixa de ser interessante, agregando valor técnico ao filme. Além disso, a trilha sonora é muito boa, contando com um repertório de músicas consagradas do público americano (e também do brasileiro) que fará muitos desejarem adquirir a trilha sonora assim que saírem da sala de cinema.

Todos esses aspectos positivos, todavia, não escondem o fato de Click ser no máximo ordinário (como já foi comentado lá no início). O texto é bastante medíocre; a lição de moral é óbvia e previsível, ainda que apresentada com linhas sublinhadas; e as atuações não são nada especiais – se você chorar nas cenas mais dramáticas, provavelmente será pela utilização manipuladora da música ao fundo. Truque barato e que funciona, mas pode dar uma impressão errada a qualquer filme, fazendo-o parecer mais forte do que realmente é. Não é exatamente um ponto negativo, por ser algo esperado em filmes populares.

Passatempo interessante e recomendável, o filme fez um sucesso danado nos Estados Unidos e pelo jeito está fazendo o mesmo aqui no Brasil, a julgar pelos resultados iniciais obtidos das bilheterias daqui. Possui alguns momentos realmente hilários (poucos, principalmente envolvendo o cão da família) e uma direção de arte um tanto quanto tosca – propositalmente – o que dá um efeito diferente e traz um clima agradável ao filme. Para os fãs de Sandler ou de comédias é um prato cheio, embora não possa ser considerado, de forma alguma, um grande filme ou mesmo uma grande comédia. É apenas um trabalho acima da média no gênero, que vai continuar fazendo sucesso quando chegar às locadoras e à televisão.

Comentários (1)

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