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Críticas

Cineplayers

Cultura de ciganos cristãos é mostrada nesse filme de altos e baixos.

6,0

Gosto muito de filmes que abordem culturas tradicionais de outros povos ou de um grupo de pessoas, e que mergulham nas esquisitices e certezas inerentes a cada um deles. Esse longa francês só se cumpre a essa meta em parte, infelizmente. O filme abre com a realidade de um grupo de "ciganos cristãos franceses", quase todos de pele ruiva a não ser o protagonista. Aos poucos vamos entendendo que ele não necessariamente pertence àquele microcosmos mas está inserido nele de maneira definitiva. Ajudando o segurança de um estacionamento/ferro velho, o jovem espera ansioso a soltura do irmão presidiário e o batismo na igreja, ambos prestes a acontecer.

Esse início do filme é banhado por belas imagens, de fotografia acertada e montagem bacana, revelando qualidades imagéticas que o filme nunca deixa de ter. O cineasta Jean-Charles Hue não pode ser acusado de não ter feito o melhor trabalho possível, isso é muito claro. Com a chegada do irmão o filme ganha contornos e conflitos, num clima tenso que se instala e não abandona mais o filme, sendo refém do espírito do personagem sempre esporrento e disposto a arrumar confusão. Como as inter-relações entre todos os personagens é muito rica, o filme acaba nos interessando por igual o tempo inteiro, isso praticamente sem ter clímax.

Mas ai o ex-presidiário resolve retomar seu lugar como ladrão de caminhões e começa a fazer conexões, mesmo contra tudo e todos; apenas seu irmão mais novo, que o vê como um deus, resolve comprar essa briga conjunta para sustentar a família de forma nada ortodoxa. Dois outros rapazes do grupo acabam se unindo a eles numa noite onde eles irão sofrer inúmeros revezes e ter que tomar decisões definitivas.

Depois de um início promissor e um desenrolar interessante apesar de nada original, prendendo nossa atenção, o filme toma caminhos bem esquisitos logo em seu final e cria um novo discurso para o protagonista, ao tempo que vão sendo revelados segredos dignos de um desenho do Scooby-Doo. O elenco de não-atores dá conta do recado e não compromete, contribuindo para o clima do todo. Pena que os últimos 10 minutos sejam realmente difíceis de engolir.

Visto durante o Festival do Rio 2014

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