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Críticas

Cineplayers

O filme é vendido de forma equivocada aqui no Brasil. Ainda assim, esse é o menor dos problemas...

4,0

Dos títulos cretinos das distribuidoras brasileiras, este é possivelmente um dos piores. Aliás, toda a campanha envolvendo “Ela é a Poderosa” é de uma picaretice sem tamanho. Coitados dos espectadores que irão assistir ao filme pensando que se trata de mais uma comédia romântica ou algo parecido: vão comprar gato por lebre. “Georgia Rule” (na tradução, “A Regra de Georgia”) é um filme que trata de temas bem pesados.

Reconciliação familiar, abuso sexual, alcoolismo... três das principais abordagens que o filme trata. Infelizmente, entregaram a direção para Garry Marshall, experiente diretor de filmes água com açúcar (alguém se lembra de “Uma Linda Mulher”?) que não possui um décimo do talento que um filme desses exigiria. Marshall não consegue desdobrar o interessante roteiro de Mark Andrus em camadas, sempre tocando a superficialidade. Todd Field, por exemplo, faria um estrago.

O filme é sobre três gerações de uma família problemática. A Georgia do título original (Jane Fonda) é uma mulher de rígidos costumes e padrões, que por sua severidade acabou afastando-se da filha Lilly (Felicity Huffman), que por sua vez tem de lidar com os problemas de relacionamento com Rachel (Lindsay Lohan), sua filha adolescente autodestrutiva.

Se Marshall falha ao tentar transformar seu filme em algo mais leve do que realmente é, pontuando-o com piadinhas infames e canções das mais inadequadas, as três atrizes principais seguram a barra. Jane Fonda, que está voltando à ativa em projetos que não honram o seu passado, dá à sua Georgia uma discrição interessante, fugindo dos estereótipos que seriam comuns. Lindsay Lohan, atualmente acostumada mais aos tablóides que qualquer outra coisa, é boa atriz acima de tudo. Quando o papel exige, a moça dá conta do recado. E coube a Felicity Huffman, aquela mesma que impressionou a todos em “Transamérica”, o papel mais difícil. Elo entre as três gerações, alcoólatra e fragilizada por uma notícia bombástica, a personagem ganha um show de Huffman.

Mas nem as três atrizes conseguem afugentar os clichês dramáticos e a inaptidão de Marshall. Mesmo assim, vale a pena dar uma olhada, mesmo que como curiosidade.

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