Saltar para o conteúdo

Críticas

Cineplayers

Apenas mais um filme sobre a ditadura militar no Brasil.

5,0

O número de filmes nacionais produzidos sobre o período da ditadura militar cresce a cada dia que passa. É um modo de lembrar às pessoas que aquilo aconteceu no Brasil, mas nem sempre funciona como deveria.

Baseado na vida do estudante João Carlos Bona Garcia, exilado durante o regime e um dos principais nomes na luta pela anistia, o filme não consegue se definir entre filme de guerrilha e filme de exílio, ainda que apoiado em uma bela história.

Além das já conhecidas imagens de tortura, que filmes com essa temática adoram repetir, as viagens de Bona - ou no filme Boni, rebatizado -, por vários cantos do mundo também são mostradas em detalhes aos espectadores. A opção parece ainda mais equivocada quando vemos que as locações não refletem, nem de perto, a efervescência de locais como o Chile durante o turbulento e violento golpe de Pinochet.

As atuações são contidas e é difícil criar um vínculo entre todas as ações que vemos na tela. A sensação é de que tem gente demais para se conectar, ainda que não tenha.

No elenco, nomes como Leonardo Machado, que já trabalhara com o diretor Paulo Nascimento em Valsa para Bruno Stein, dá vida a Boni; Marcos Paulo é o truculento delegado PS; Julia Feldens vive o papel de sua própria mãe, a irmã de Bona na vida real; além de César Troncoso e Sílvia Buarque.

Tecnicamente, a direção de arte de Voltaire Danckeardt é correta ao retratar a década de 70, e a fotografia de Roberto Laguna é interessante, embora não seja muito ousada. Já a trilha sonora ficou bem prejudicada pela repetição e acabou deixando o espectador mais ansioso pela chegada da anistia.

Embora tenha problemas, o filme emociona o público com imagens como a do verdadeiro Bona e de sua esposa Celi ao final.

É só mais um filme sobre ditadura militar, ou tenta ser. Ainda que não consiga ir muito além da história de amor do casal Boni e Celi.

Comentários (0)

Faça login para comentar.