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Críticas

Cineplayers

O novo filme de Jennifer Lopez não consegue ser nada além de mais uma comédia romântica bonitinha por aí.

5,0

Encontro de Amor é mais uma das milhares de comédias românticas água-com-açúcar que surgem todo ano em circuito internacional que atraem milhares de pessoas aos cinemas, devido a algumas celebridades (muitas vezes temporárias, é verdade) no elenco, história “bonitinha” e final previsível, nada que force muito o cérebro. Não, isso não pode acontecer, imagine, ainda mais num gênero como esse.

Uma das coisas que mais me chamou a atenção quando vi o trailler internacional do filme não foi a história, diretor, estúdio ou o que seja... Mas sim a presença de um ator que gosto muito, Ralph Fiennes (que admiro muito por filmes como O Príncipe do Egito, Fim de Caso, Spider, Dragão Vermelho e os soberbos A Lista de Schindler e O Paciente Inglês), um grande talento que agora seguia pelo mesmo caminho que muitos seguem mas que poucos conseguem sucesso, passar do drama para as comédias mantendo toda qualidade e técnica própria. São pouquíssimas as pessoas que são capazes de fazer isso com maestria, mas entre elas podemos citar como exemplos claros e atuais, dois grandes nomes que já fizeram sucesso tanto em filmes na área dramática como na área cômica: Jack Nicholson e Jim Carrey. Mas, infelizmente, Ralph Fiennes não se junta a esses dois grandes nomes de artistas que fizeram tal feito. Sua participação no filme é regular e altamente restrita, devido a mediocridade do roteiro.

O fraco filme conta com a direção de Wayne Wang (da boa comédia Em Qualquer Outro Lugar, com Susan Sarandon e Natalie Portman), que opta por fazer um filme com uma fórmula pra lá de batida e em superexposição nesses últimos anos: a velha história da pobre serviçal que se apaixona quase sem querer por um bonitão do alto escalão. No caso de Encontro de Amor, a história toma o seguinte rumo: Marisa Ventura é uma mãe solteira que mora em Nova York e trabalha num hotel de primeira classe (cinco estrelas). Por razão do destino e de falsa identidade, ela acaba por encontrar Christopher Marshall, um bonito político candidato ao senado dos Estados Unidos que acredita que Marisa seja uma hóspede do hotel. O destino toma conta da situação e acaba por colocar os dois frente a frente durante uma noite. Quando a verdadeira identidade de Marisa é revelada, os dois resolvem dar um tempo devido às grandes diferenças existentes entre ambos. Mas claro que esse “tempo” não é por muito tempo, como em qualquer comédia romântica pipoca que se preze.

Jennifer Lopez (de A Cela, Anaconda, Olhos Famintos e outras bombas cinematográficas) está inexpressiva como sempre, pra variar um pouco. Mas aqui até que a cantora se arrisca e se sai razoavelmente ruim, não é um desastre total, como em outras produções. Melhora aos passos de tartaruga, mas pelo menos melhorou um pouquinho, a ponto que possa dizer que esse é o melhor filme que ela já fez, por mais regular que o mesmo seja. Ralph, como já disse previamente, está muito aquém do que ele realmente pode representar. Mas também não lhe restava muita escolha, com um roteiro desses, não há personagens que possam ter um background com uma profundidade maior que a de um pires.

Vi algumas criticas dizendo que Encontro de Amor era a melhor comédia romântica desde Uma Linda Mulher... Doce ilusão. Não vá esperando nada além do básico romance casual “homem rico vs. mulher pobre” nos cinemas.

Vamos à alguns quesitos que contam pontos a favor de Encontro de Amor. Um deles seriam os coadjuvantes bobalhões do filme como Ty (Tyler Posey), filho de Marisa, Caroline Lane (Natasha Richardson), a mulher por quem Marisa se passa e Jerry Siegel (Stanley Tucci), o assessor de Christopher Marshall. Há algumas cenas engraçadas entre os mesmos, quando Ty questiona Jerry a respeito do presidente Nixon no elevador e faz uma analogia provocada para, enfim, dar uma alfinetada no assessor.

Outro ponto positivo para o filme é sua trilha sonora, muito bem composta. Usa e abusa de Norah Jones, o nome do momento nos Estados Unidos com “hits” com “Come Away With Me” e “Don’t Know Why”. Excelente escolha, geram climas perfeitos. Devo dizer que as partes em que essas músicas tocaram foram as que mais gostei de todo o filme. Gostei do bom gosto do pessoal que compôs a trilha.

A fotografia também merece algum destaque, mais pela beleza natural que Nova York traz às telas dos cinemas, mas não vai muito além disso. Os outros quesitos como edição, roteiro, direção são de regular para ruins.

Não recomendaria Encontro de Amor a ninguém, mas se você quiser tentar ou não conseguir ingresso pra mais nada, ou simplesmente gosta do gênero, vá em frente. Pense no lado bom da coisa: pelo menos Jennifer Lopez não canta uma música sequer durante o filme inteiro. O que, cá entre nós, já é um alivio...

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