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Críticas

Cineplayers

Uma das comédias mais irregulares de um ano bom para o gênero.

5,0

Interessante observar como a comédia adulta ganhou um novo gás depois que Judd Apatow se estabeleceu como referência no cinema norte-americano. Só em 2009 vários filmes surgiram na esteira dessa sensibilidade: Eu Te Amo, Cara e Se Beber, Não Case são bons exemplos de  histórias que valorizam um novo tipo de piadas e não as já desgatadas frases de efeito que ajudavam a estereotipar ainda mais questões de raça e religiosidade. A novidade dos roteiristas de comédia hoje é apostar em questões como os relacionamentos entre amigos, famílias e casais, apelando pra uma comicidade mais próxima do cotidiano e convidando o espectador a se identificar com personagens mais atuais e verrosímeis do que os que se costumava encontrar por aí.

Apesar de tentar bastante, Encontro de Casais se aproxima mais das comédias convecionais do que (parece que) gostaria. Roteirizado e estrelado por John Favreau e Vince Vaughn, o filme narra a história de quatro casais que embarcam numa viagem paradisíaca apenas para dar suporte ao relacionamento de Jason (Jason Bateman) e Cynthia (Kristen Bell), identificado como o casal mais “certinho” da trupe. Acontece que a condição de permanência nesse pretenso oásis vem incluída no valor promocional do pacote e todos serão obrigados a passar pelo programa de terapia de casais, o que se estabelece como um grande desconforto aos amigos que acreditavam ter seus casamentos a salvo de problemas.

Para completar os constrangimentos e pontos de tensão da história, a ilha onde fica o resort é dividida em duas: de um lado ficam os casais que participam do programa de aconselhamento matrimonial; e do outro, o público alvo são os solteiros sexies que interessados em aproveitar todos os benefícios de um parque de diversões adultas.

Temos então o casal de certinhos, os bem-resolvidos, os mal-resolvidos e o amigo recém-separado que leva para a viagem a namorada jovenzinha e irritante que acabou de conhecer. Algumas das melhores cenas do filme surgem justamente durante as sessões particulares dos casais com os terapeutas. Ali os atores tem espaço para pontuarem as diferenças e caracterizarem seus personagens. Os terapeutas também tem seus bons momentos, principalmente Ken Jeong, responsável por acompanhar Jason e Cynthia.

O filme não promove exatamente uma explosão de gargalhadas, mas tem seus momentos. Uma das cenas mais engraçadas é a batalha de Guitar Hero (bem desenvolvida a partir da própria visualidade do jogo). Logo depois disso a história desanda para uma sucessão de clichês, quando os casais – após uma separação - se reencontram do lado selvagem e solteiro da ilha. As reconciliações são bem chatinhas e previsíveis.

O personagem mais simpático é o de Jason Bateman, que é também o ator que parece se esforçar menos ao interpretar um sujeito tão chato que sem perceber se torna engraçado. O sotaque cheio de gírias de Trudy (Kali Hawk) serve exatamente ao que se propõe: irritar o espectador. Ponto para ela.

É comédia com cara de férias de verão, boa para ser assistida com os amigos, rindo alto e bagunçando bastante a sala de cinema.

Comentários (1)

Osnir Sotério de Lima | sexta-feira, 20 de Janeiro de 2012 - 07:54

Bom filme para se assistir com a galera, não é a melhor comédia que já vi na vida mas também não terminei com aquela sensação de ter perdido duas horas da minha vida. Acho que faltou mais profundidade nos personagens, seus problemas conjugais são abordados de maneira muito superficial. tudo bem que é uma comédia e não um drama, mas outras comédias como "Clik" conseguem mostrar os problemas dos personagens com mais consistência e eficiência. Contudo é um bom passatempo para uma noite perdida, vale apena assistir!!!

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