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Críticas

Cineplayers

Continua a mesma bobagem de sempre. E até mesmo nas partes sangrentas este quinto capítulo apresenta um regresso.

1,0

Este quinta capítulo da [ainda] rentável série de ação Jogos Mortais (“ação” pois não há terror e suspense nenhum no filme todo) nada mais é do que uma remontagem de tudo o que aconteceu até aqui, com exceção de Jogos Mortais 4, que já havia deixado de evoluir suas idéias para funcionar como uma revisão dos três primeiros filmes, apresentando excesso de flashbacks e pouca ou mesmo nenhuma história nova, dando ao filme teor de enganação. A verdade é que Jigsaw foi morto pelos roteiristas muito cedo dentro da série, e agora eles estão fazendo malabarismos para colocar novas cenas com Tobin Bell no filme (a melhor coisa desses filmes). O resultado é desagradável, forçado e pífio.

Claro, para quem vai ao cinema ver sangue pouco liga para as interpretações que remetem a filmes pornográficos e à história policial que fica anos-luz atrás de séries televisivas já limitadíssimas por si só. Mesmo nesse quesito, porém, este quinto capítulo é mais um passo atrás na série, pois as cenas de sangue e violência do filme anterior eram muito mais viscerais – e apelativas. Engraçado ver que filmes aparentemente muito mais interessantes, como o recente nacional Encarnação do Demônio, de Zé do Caixão, ficou esquecido enquanto esse lixo muito mal produzido arrasta pequenas multidões de adolescentes curiosos por cenas de tripas expostas, algo que Mojica faria de forma muito mais interessante. Alienação pouca, além de falta de opinião própria, é bobagem.

Mais um regresso para a série é a previsibilidade enorme de tudo o que está acontecendo. Algo que já havia ocorrido no capítulo quarto de Jogos Mortais, que era previsível e aborrecido em termos de capacidade de surpreender o espectador. Aqui, porém, o resultado é ainda pior: todo o desfecho do roteiro, com o substituto de Jigsaw na matança desenfreada, é anunciado desde o começo do filme; e o destino do policial “bom” na trama é evidente mesmo para quem, creio eu, não tem nenhuma experiência anterior no gênero, pois bastam alguns poucos neurônios para saber o que se passará no final. E quando o final de fato acontece, a sensação de frustração é marcante: os roteiristas nem sequer tentaram desta vez.

O ponto mais negativo do filme todo, que eu já havia comentado acima de forma superficial, é mesmo a reciclagem de cenas inteiras dos outros capítulos da série. Creio que quase metade dele seja remontagem em novos ângulos dos acontecimentos dos filmes anteriores. Até mesmo Danny Glover, que havia participado do filme original (em 2004), tem espaço. Como ficou óbvio que o filme terá continuação, e as bilheterias indicam o mesmo caminho, será interessante, pelo menos, ver o quanto mais de Tobin Bell poderão sugar em Jogos Mortais 6, já que o novo vilão carece de personalidade, sendo dezenas de vezes menos interessante que Jigsaw, embora sua ideologia seja a mesma bobagem de sempre.

Jogos Mortais 5 é tão vazio em termos de conteúdo e feio, fotograficamente falando, quanto os seus predecessores. Passando-se totalmente à noite em cenários genéricos e iguais entre si, a mudança na cadeira de diretor para o novato no cargo David Hackl (que foi desenhista de produção nos três últimos filmes) não alterou em nada o destino cada vez mais medíocre da série, mostrando que quem manda, nesse caso, é o estúdio. Para finalizar o show de horrores, a montagem de videoclipe, que tira o pouco de tensão que o filme poderia apresentar, continua lá, intacta, e tão aborrecedora quanto sempre foi. Não é especialmente pior do que o quarto filme da série, pois quando já se está no fundo do poço, só cavando para chegar mais embaixo.

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