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Críticas

Cineplayers

Agora foi a vez de Seth Angel assistir ao filme e confirmar que há melhores opções no mercado.

4,5

Paródia.
S. f. 1. Imitação cômica de uma composição literária. 2. P. ext. Imitação burlesca. 3. Teatr. Comédia satírica ou farsa em que se ridiculariza uma obra trágica ou dramática; arremedo.
 
Uma das coisas que mais vemos hoje em dia são filmes, no geral comédias, que parodiam outras obras que, merecidamente ou não, atingiram o sucesso. Algumas dessas comédias, como a série Todo Mundo em Pânico, atingiram o sucesso numa proporção até muito maior que os próprios filmes “zuados”, como diria o público-alvo dessa comédia citada.
 
Em Johnny English, o mais novo filme do diretor  Peter Howitt, Rowan Atikson, ou vulgo Mr. Bean, protagoniza o personagem que dá nome ao filme. Ao invés de fazer paródia de vários filmes, a película se concentra em apenas uma: 007. Isso mesmo, as referências são muitas a começar pelo nome do filme e ao fato de que o espião mais famoso do mundo é britânico.
 
O enredo do filme é muito, mas muito pobre. Até de certa  forma compreensível, afinal, como um filme como esse poderia apresentar um roteiro muito inteligente? Perderia espaço frente as piadas do filme, que cá entre nós, estão num nível não muito bom. Johnny é chamado pelo seu departamento para substituir o “Agente 1”, que acabara de morrer em uma arriscada operação. Então, Johnny e seu fiel companheiro Bough (interpretado por Ben Miller, de Birthday Girl) vão a uma cerimônia onde estariam sendo mostradas as jóias da cora inglesa depois de passadas por um processo de restauração. Acontece que, logicamente, essas jóias são roubadas e Johnny passa a desconfiar do patrocinador da festa, o Sr. Pascal Sauvage (interpretado por ninguém menos que John Malkovich, de Quero se John Malkovich, A Mensageira: A História de Joana D’Arc, O Homem da Máscara de Ferro e Con Air).
 
Durante sua jornada a caça de Pascal Sauvage, Johnny encontra uma outra pessoa que viria a ajudar-lhe muito: Lorna Campbell, interpretada aqui pela bonita e famosa cantora Natalie Imbruglia, que vendeu horrores com seu primeiro cd “Middle of Nowhere”, que trazia a música “Torn” como hit de sucesso. Como já foi dito, é o primeiro trabalho da atriz nas telonas, mas Natalie já participou de várias outras produções, compondo músicas para filmes como Mr. Deeds, E sua Mãe Também e Go. Mas aqui a talentosa cantora apenas atua mesmo, nem parte da trilha sonora do filme ela faz, o que é uma pena.
 
Mas até que a moça não desaponta tanto quanto o esperado. Vendo os últimos trabalhos de músicos que se arriscam no cinema como Madonna, Britney Spears, Spice Girls e outras, ninguém fica muito entusiasmado ao ver o nome de um músico famoso no elenco de um filme. Mas até que a moça está “engraçadinha” aqui. Ela e o personagem Bough realmente estão legais, bem como Atikson, que só por sua cara já começamos a rir espontaneamente. Costumo dizer que dois atores acabam por gerar sensações opostas em mim: quando olho para o rosto de Adrien Brody (O Pianista), sinto uma angústia, um sofrimento que as expressões faciais dele passam diretamente com um simples olhar (quem assistiu a premiação do Oscar 2003 entende do que estou falando). Com Atikson é exatamente o contrário. Você ri com uma facilidade imensa de suas ações e expressões.
 
Creio que escolheram os atores certos para os papéis certos em Johnny English, entretanto, o que faz do filme medíocre são justamente as pessoas que fizeram seu script e bolaram suas piadas. Esse é o ponto fraco de Johnny English. E, por ser justamente uma comédia, põe tudo a perder.
 
O filme traz aquele tipo de comédia bem light, sem piadas exageradas como em qualquer filme “teen” da atualidade, mas sem também aquele clima legal trazido pelo filme também protagonizado por Atikson, Tá Todo Mundo Louco, simplesmente a melhor comédia do ano passado. As piadas são aquelas bem sem graça do tipo: “Eu sempre tomo cuidado!”, e alguns segundos depois o ator bate com a cara num poste de ferro. É quase tudo nesse nível baixo, quase forçado. Entretanto,  duas seqüências legais ainda se salvam dentro do filme: a do cemitério, envolvendo Bough e Johnny; e a com Atikson e Imbruglia, quando eles estão próximos a “invadir” uma sala onde estão Sauvage e outros criminosos. Realmente, essas cenas são muito legais, exceções infelizmente.
 
Não recomendaria Johnny English como uma boa comédia para se assistir no cinema. Talvez, dependendo do seu humor, o filme seja digno de uma alugada quando estiver disponível em VHS e DVD. Se você quer uma sugestão de outra boa comédia que está passando nos cinemas para ir assistir, procure por Como Perder Um Homem em 10 Dias e fuja de Encontro de Amor e Johnny English.

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