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Críticas

Cineplayers

Mais um filme baseado em um brinquedo da Disney, leve e divertido. Recomendado para quem quer uma boa diversão.

6,5

A indústria cinematográfica ultimamente apresenta-se tão flexível que até mesmo atrações de parque de diversões são transportadas para as telonas. Um ótimo exemplo é Piratas do Caribe, que arrecadou ótimas críticas e presenteou os espectadores com efeitos excelentes, ótima fotografia e um enredo interessante - uma continuação já está programada, inclusive. Embarcando na onda e no sucesso dos piratas caribenhos, o diretor Rob Minkoff leva a Mansão Mal-Assombrada, atração de Magic Kingdom (mesmo parque temático de Piratas do Caribe), aos cinemas.

Além de funcionar como ótima publicidade, esse tipo de filme, quando trabalhado com decência e cuidado, pode acabar sendo uma boa diversão. Basta que se escolham os atores corretos e uma equipe de produção competente para que o projeto seja visto com bons olhos e, assim, ser encarado como algo além de pura jogada de marketing. Os Piratas do Caribe mostrou isso muito bem, e Mansão Mal-Assombrada veio para comprovar.

O filme conta a história de Jim e Sara Evers (Eddie Murphy e Marsha Thomason, respectivamente), donos de uma empresa imobiliária. Quando recebem a proposta de visitar uma mansão renomada, os dois não perdem a chance e vão checar o casarão, levando junto os filhos Megan (Aree Davis) e Michael (Marc John Jefferies). O problema começa quando eles chegam ao local: o quintal da mansão, é, na verdade, um cemitério.

A película não se resume a contar as aventuras assustadoras da família pelo interior da casa. Felizmente, o enredo mostra-se (levemente) mais profundo à medida que as personagens (principalmente o dono da casa, Master Gracey, interpretado por Nathaniel Parker) aparecem - há, inclusive, um mistério envolvendo Sara Evers, o que não deixa a trama completamente idiota, conforme pode-se pensar a princípio.

Em se tratando de um filme com Eddie Murphy, espera-se mais uma daquelas comédias, correto? Sim, correto. Embora todos acabem envolvidos em situações assustadoras e às vezes tensas, há os bons momentos de risadas, que ajudam a quebrar o clima e descontraírem os espectadores. Analisado por este prisma, Eddie Murphy acaba por cumprir bem sua função dentro do filme, embora ainda continue com a mesma atuação razoável. O mesmo vale para os outros atores, competentes o suficiente para segurar o filme, mas nada além disso.

Um aspecto interessante do filme é a alternância de protagonistas. Uma vez dentro da mansão, a família se divide e a narrativa enfoca cada personagem separadamente, colaborando para a manutenção do clima da película, permitindo que não haja desequilíbrios ou exageros. Algumas vêm a se encontrar, e o enredo prossegue normalmente, bem amarrado e sem sair dos eixos. Outras passeiam pela mansão, indo de um cômodo a outro, como o mordomo (que gera bons sustos) e os empregados. A trama não se prende somente ao interior da casa; em certo tempo algumas personagens andam pelo terreno da mansão a fim de encontrarem a chave para seus problemas.

A produção técnica mostrou-se competente. Os efeitos são convincentes e os ambientes da mansão foram enriquecidos com detalhes cuidadosos, fazendo apologia à atração de onde foram tirados. Corredores, salões, passagens secretas, portas, tapetes, maçanetas, quadros, esculturas, tudo parece ter sido feito sob medida para entrar em harmonia e envolver a platéia. Os efeitos sonoros deixam pouco a desejar, embora tenha-se abusado dos costumeiros trovões, o que pode enjoar após um tempo. Os truques de iluminação mantêm-se os mesmos, sem grandes alterações, investindo em ambientes escuros e em penumbra.

Mansão Mal-Assombrada também transmite uma interessante mensagem sobre o amor. O filme não trata apenas de uma aventura inesquecível e mágica, mas preocupa-se em ter um conteúdo válido, percebido nas seqüências finais (um pouco clichês, admitamos). O final não é de todo previsível, e a sensação que permanece após o término da película é a de paz e tranqüilidade, de que tudo acabou bem.

Enfim, Mansão Mal-Assombrada pode ser duramente criticada por muitos que o analisarem por um prisma pessimista e realçador de qualidades supérfluas. Na verdade, trata-se de um filme leve e divertido, recomendável para aqueles que desejam uma boa diversão.

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