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Críticas

Cineplayers

Excesso de velocidade.

4,0

Quando se ouviu falar da adaptação cinematográfica que seria feita da série de videogames Need for Speed, houve uma certa reação mista sobre a notícia: enquanto que a geração Playstation e os aficionados por street race enxergaram motivos para alegria e euforia, os mais céticos se mostraram desconfiados com a decisão de levar para as telas uma série de jogos que, basicamente, consiste em infindáveis perseguições de carros turbinados, tudo regado com muita violência. Assim sendo, reações mistas ao resultado do filme também já eram esperadas, e para os dois tipos de público citados acima, Need for Speed – O Filme apresenta o resultado já esperado para cada um.

Errado mesmo seria exigir algo realmente sólido ou, digamos, de “nível artístico” da adaptação de um game que não se apoia em nenhuma história concreta, mas mesmo assim existem obrigações à cumprir além do mero entretenimento, como a apresentação de personagens que consigam nos despertar interesse e ao menos uma narrativa que nos mantenha presos à poltrona durante os minutos da projeção. Need for Speed – O Filme falha miseravelmente em ambos os quesitos.

Roteirizado pelos irmãos John e George Gatins, o filme nos apresenta Tobey Marshall (Aaron Paul, da famosa série Breaking Bad), um piloto que após ser traído por seu sócio Dino (Dominic Cooper), acaba injustamente condenado à prisão devido a morte de seu melhor amigo, Pete (Harrison Gilbertson). Ao sair da prisão, Tobey começa a arquitetar um plano para fazer justiça com as próprias mãos, ao passo que Dino coloca a cabeça do jovem corredor a prêmio.

A história não nos traz um fiapo de criatividade ou inventividade, e nem possui obrigação para tal, restando ao diretor Scott Waughn (do drama de guerra Ato de Coragem) a tarefa de construir um bom veículo de entretenimento para o público desejoso por grandes cenas de ação envolvendo os potentes carros, algo no que o filme obtém pouco êxito. Não há como negar que certas sequências impressionam pelo grau de realismo, mas depois do que a franquia Velozes e Furiosos já nos apresentou, por exemplo, pouquíssima coisa impressiona aqui. De fato, a direção de Waughn é caótica e deveras irregular na maioria do tempo, com sua câmera apostando em diversos truques para tentar trazer algum nível de tensão para as cenas de perseguição, mas que apenas as transformam em cenas deveras incômodas aos olhos. Os fãs do jogo, entretanto, deverão sentir-se satisfeitos.

Os personagens unidimensionais também pouco ajudam no interesse pela obra. Estereotipados e mal definidos, o roteiro obviamente escrito às pressas pelos irmãos Gatins nos impossibilitam de conhecer as figuras na tela mais a fundo, o que dificulta a identificação do público com estes personagens, uma vez que pouco conhecemos suas personalidades e a própria interação entre Tobey e sua turma. Jamais sentimos que os personagens se encontram em verdadeiro perigo, o que apenas acentua o entretenimento vazio que é o filme.

E devido ao excesso de velocidade com que Need for Speed – O Filme busca sua conclusão, o resultado acaba ficando na linha do medíocre. Há duas ou três cenas divertidas, mas é muito pouco para salvar um filme que, na maioria do tempo, demonstra ser apenas mais um em meio aos vários produtos de entretenimento lançados por Hollywood.

No mais, fique com o jogo mesmo.

Comentários (5)

Robson Nakazato | sábado, 29 de Novembro de 2014 - 13:47

Falando do filme eu até gostei por tres motivos:
- ele até chega ser bem melhor que os recentes filmes do Velozes e Furiosos, principalmente aos tres ultimos;
- lembrou um pouco o filme Bullitt (1968) quando as perseguicoes nao utilizaram CGI, fazendo tudo no realismo;
- esforço do Aaron Paul tentar procurar outros desafios para nao ficar apenas na lembrança de Jessy Pinkman.

Rodrigo Cunha | sábado, 29 de Novembro de 2014 - 13:55

Foi escrita agora, volta e meia a gente acaba deixando passar algo. 😉

SÁVIO MINA DE LUCENA | sábado, 29 de Novembro de 2014 - 16:44

Única coisa boa desse filme foi me fazer relembrar o tempo que jogava NFS no Play 2.
De resto, perda de tempo pura.

Lucas Souza | sábado, 29 de Novembro de 2014 - 18:07

Um dos piores filmes de carros de todos os tempos...

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