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Críticas

Cineplayers

Um bom potencial que foi muito mal aproveitado fazem deste filme totalmente dispensável.

2,0

Desesperado para ir novamente ao cinema, não pude esperar até a estréia de Star Wars Episódio II - Ataque dos Clones. Depois de semanas estreando somente filmes que considero ruim, com a exceção de Blade 2, que não estreou perto da minha casa e tenho vontade de assistir, Kate & Leopold, A Soma de Todos os Medos, Infidelidade, nenhum desses eu tinha vontade de assistir, porque sei que são filmes pipocas e de gêneros chatos. Como eu gosto de suspense, fui assistir O Jogo dos Espíritos, mesmo sabendo que ele se enquadrava no que acabei de falar.

O filme tem um potencial incrível, mas que foi ridiculamente mal aproveitado, chega a ser cômico. Esse potencial que citei foi a idéia, que é até boa, da invocação do espírito e tal por meio de um jogo simples e que provavelmente todos já fizeram, mas a partir do momento que um elenco compõe vários jovens com personalidades babacas e mal divididas eu sabia que o filme não iria trabalhar a bela idéia, e sim transformar tudo em uma carnificina generalizada.

A invocação do espírito então passa a ser um motivo de morte, e não de tentar dar mistério à trama, apesar da descrição do demônio, que não irei falar para não estragar uma das poucas surpresas que o filme tem. Até que as surpresinhas são legais, como o final, que foi a melhor coisa do filme inteiro, pegando de surpresa, fazendo o cérebro trabalhar um pouco. Esse sim foi excelente.

Outra coisa que teve de legal foi o suspense. Quando ele entrava em ação, realmente conseguia lhe manter tenso, preso, e tem uma característica perfeita que eu considero para um suspense: nem toda cena de tensão tem que resultar em algo trágico, às vezes pode apenas ser um engano. Isso é bom, porque você nunca sabe o que vai acontecer, se vai ser algo sério ou foi apenas uma cena do filme. Isso foi muito bem aplicado.

As músicas foram bem escolhidas e completam perfeitamente esse clima. A trilha é boa e os efeitos sonoros, como o arranhão do espírito chegando, também. A ambientação também ficou legal, em alguns pontos os cenários chegaram a lembrar Resident Evil. Como eu queria que os cenários de Resident Evil - O Hóspede Maldito fossem como nesse filme: velhos, escuros e nada de futurista, mas... Pelo menos nisso o filme acertou.

Mas as flores acabam por aí. Necessito falar isso em primeiro lugar: NOSSA, QUE ATORES SÃO AQUELES? Ridículos, exagerados e sem carisma, os caras são chatos demais! Eu nunca me liguei nesse lance de atores em filmes, mas esses mesmo não querendo notar eu notei! Não teve como! O elenco foi TERRIVELMENTE escolhido, parece até aqueles testes de teatro de universidade que o pessoal faz... Isso decepcionou a ponto de você achar que o diretor não pode estar sério. O microfone, que aparece em diversas cenas, é o melhor ator do filme.

O figurino usado pelos atores é típico dos adolescentes americanos: cafonas e feios. A história é confusa e pior que rede de pescador: cheia de furos. Você a toda hora se pergunta: "por que não aconteceu isso? Eu hein...", até os mais desapercebidos. A ligação que ela faz com o prelúdio do filme até que é legal, explicada no final, porém a evolução é péssima e deixa muito a desejar.

A cena da invocação foi PESSIMAMENTE dirigida... Você está no suspense, vendo as pessoas invocarem o espírito, e nas cenas em que aparece ele chegando (em primeira pessoa) corta o clima, pois essas cenas são rápidas, quebra o suspense... Tipo, aparece os jovens invocando, depois o espírito chegando, os jovens convocando, depois o espírito chegando... Uma rápida e outra devagar. Se fosse tudo devagar creio que daria muito mais tensão à cena, porque você ia ficar na expectativa do espírito chegar logo, mas não, essa troca de ritmos na mesma cena quebrou o clima.

Bom, já me estendi demais. O filme é isso aí, se você não ligar para a história, personagens não trabalhados e uma má produção, irá se divertir com os sustos e o suspense que o filme propõe, porque pelo menos nisso ele acerta. De resto, podia juntar tudo e jogar na primeira lata de lixo que viesse pela frente.

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