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Críticas

Cineplayers

Além de ser obviamente medíocre, o tal "pequenino" do título é uma criatura absolutamente vulgar e grosseira.

1,0

Ok, é bem verdade que qualquer filme assiste quem quiser! Então, quando resolvi alugar este O Pequenino, já sabia em que estava me metendo. Sabia que não havia a menor possibilidade de o filme ter alguma qualidade apreciável. Por alguma razão misteriosa, o filme anterior dos irmãos Wayans, As Branquelas, fez um sucesso imenso no Brasil, e isso se reflete na quantidade de comentários que ele recebe em Cine Players – até o dia em esta crítica foi escrita, era o segundo filme mais comentado do site. Obviamente, aquele filme é uma aberração; seria O Pequenino diferente? Não precisa nem fazer mistério, os Waynas deram cria a outro monstro, dessa vez quase que literalmente.

Para conseguir reaver um diamante que foi parar quase que por engano na bolsa de um casal (Vanessa e Darryl), um bandido, aproveitando-se do fato de ser um anão, fantasia-se como bebê e é deixado por seu parceiro na porta da casa desse casal. A partir daí, claro, muita confusão vai acontecer. Acontece que o bebê é uma das maiores monstruosidades que o cinema já concebeu nos últimos anos. Sua aparência de adulto em roupa de criança não consegue criar outra sensação senão a de desconforto e estranheza. Apesar de esse fato gerar uma ou outra situação engraçadinha (confesso que ri uma vez pelo menos), é um filme de uma piada só, de mau gosto e vulgar, que se estende por intermináveis 90 e tantos minutos.

O filme é recheado de piadas de sexo e escatologia, que disputam entre si para ver qual é a mais previsível ou grosseira. O descuido com o roteiro também é impressionante, pois ele é totalmente voltado para a construção desses tipos de situações, e não faz questão de explorar nenhum pouco os personagens (todos os amigos do casal estão lá apenas porque servem de fonte de piadas sexuais – a esposa siliconada; ou violentas – o pai grosseiro). A relação entre Vanessa e Darryl consegue atingir algum grau de profundidade por tratar o assunto “família vs. trabalho” de forma adequada e, pelo menos neste caso, de bom gosto. Mas fica por aí.

Pelo menos a aparência do filme é divertida. A fotografia é límpida e cheia de cores – os temas infantis prevalecem por motivos óbvios. Por outro lado, os efeitos especiais ficaram muito estranhos – o rosto de Marlon Wayans foi colocado no corpo de um anão (ou de uma criança, não importa), e seus movimentos não são nada naturais, configurando-o como uma aberração ainda maior do que já o seria pelo fato de interpretar uma pessoa adulta (ainda que pequena) fantasiada de bebê.

O Pequenino é um filme muito estranho. Além de ter todas as qualidades negativas das comédias medíocres modernas (roteiro muito ruim e falta de cenas realmente engraçadas com regularidade), possui essa aberração de mau gosto interpretada de forma absolutamente vulgar, principalmente quando seus movimentos possuíam conotação ou objetivos sexuais. A dificuldade ao final é definir qual filme foi pior: este ou As Branquelas. Para quem já foi o responsável pelo divertido Todo Mundo em Pânico, isso é uma lástima. Enfim, evite a qualquer custo, ou não diga que não foi avisado.

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