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Críticas

Cineplayers

A pior sensação que o filme desperta não é terror e muito menos tensão - e sim tédio.

2,0

Após o razoável “Viagem Maldita” fazer um também razoável sucesso com seu terror sangrento e dose interessante de tensão (o filme em si é ruim, mas ele desperta sim bastante tensão), não tardou muito até que inteligentes produtores anunciassem a seqüência. Então os malditos, seres infectados pela radioatividade que vivem sob as montanhas no deserto do Novo México, voltam a atacar, desta vez um grupo de novatos do exército norte-americano. O filme foi um desastre nas bilheterias norte-americanas e sequer chegou aos cinemas brasileiros, sendo lançado diretamente em DVD por aqui.

O diretor e o elenco são novos, e o que já era um filme apenas mediano com o diretor Alexandre Aja, transformou-se em uma quase paródia do gênero nas mãos do inexperiente Martin Weisz. O início dá o tom do que vem por aí: o parto de um “malditinho”, mostrado de forma bem visceral, recheado de sangue e sabe-se lá quais outras substâncias, que estão lá para tentar chocar o espectador. A cena ficou com cara total de cinema “B”. Daí para frente a coisa só piora. Atores ruins realizam, através de seus personagens, atos estúpidos, e mesmo que tenham um arsenal à disposição, conseguem ser capturados um a um com toda a facilidade do mundo pelos seres das cavernas.

O filme nada mais é do que uma reciclagem mal produzida do gênero, uma mistura do original (que na realidade foi uma refilmagem, mas que, mesmo sendo ruim, está a anos-luz deste aqui em termos de qualidade e diversão) com outros filmes recentes como Abismo do Medo (metade do filme passa-se em cavernas escuras). As cenas de morte não são exatamente originais e são mais risíveis do que assustadoras. O pior de tudo, porém, é que exército e armas definitivamente não combinam com terror. O filme anterior colocou pessoas normais em eventos extremos, o que é muito mais interessante do que soldados valentões encarando a mesma situação.

A parte técnica, normalmente caprichada nesse tipo de filme, ficou estranhamente ruim. O sangue em excesso está lá, mas é tudo muito falso, dando a sensação nítida que os rostos deformados não passam de máscaras de borracha de segunda – ou terceira - categoria. Isso tira quase todo o clima de tensão, e o filme transforma-se, como foi dito anteriormente, em cinema “B”. A utilização excessiva do chroma key (para quê?) torna tudo ainda mais artificial e menos imersivo para o espectador.

Sem uma história para contar, e com diversos furos no pouco fiapo de enredo que possui (o que aconteceu com o “maldito bondoso”, afinal?), O Retorno dos Malditos pode ser considerado uma total perda de tempo, mesmo para quem adora esse tipo de terror sanguinário. O filme não funciona nem como comédia não-intencional, pois suas cenas são mais ridículas do que engraçadas. Com o recente fracasso de filmes como O Albergue 2 e este aqui mesmo, parece que a melhor idéia é deixar esse gênero por alguns anos de molho.

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