Saltar para o conteúdo

Críticas

Cineplayers

Um suspense que chegou para redefinir o gênero, com sinceros sustos, um climão e o melhor final de todos os tempos.

9,0

Existem aqueles filmes que aparecem de anos em anos para redefinir os gêneros nos quais são incluídos. O suspense já não era mais o mesmo, os filmes ou só mostravam mortes ou então não conseguiam criar climas fortes o suficiente para deixar os telespectadores grudados em suas poltronas. Foi quando, em 1999, M. Night Shyamalan incluiu-se nessa lista de renovações, e em plena crise de novas idéias que Hollywood vem passando nos últimos anos, O Sexto Sentido explodiu.

O filme surgiu meio que do nada, com um baixo orçamento e que não prometia nem metade do sucesso que obteve. Com um roteiro original, Shyamalan conseguiu contar com Bruce Willis no papel principal. O diretor (que faz ponta no filme como o médico do hospital) não acreditava que o super astro aceitaria o papel quando lhe mandaram o roteiro, mas mostrando ser uma pessoa inteligente e desafiadora, ele aceitou o papel. E, em minha opinião, é o seu melhor trabalho de todos os tempos. O mesmo serve para Shyamalan, que apesar de ter feitos bons filmes nos últimos anos (Corpo Fechado e Sinais), nenhum dos dois chega aos pés de seu grande clássico.

As atuações são perfeitas, indiscutíveis. Mas há um ponto a se destacar: Haley Joel Osment. O jovem simplesmente destruiu tudo o que havia na época, lançando-se para o mundo como a maior revelação em termos de atores. Hoje em dia continua fazendo sucesso, trabalhando tanto em filmes (como Inteligência Artificial e Corrente do Bem) como dublando grandes jogos (Kingdom Hearts, dando vida ao protagonista Sora).

Malcolm Crowe (Willis) é um renomado psicólogo que, depois de uma noite em uma premiação pelas suas conquistas na profissão, volta para casa com sua mulher, ambos um pouco além da conta na bebida. No quarto, um antigo paciente, no qual Malcolm falhou com o tratamento, não o ajudando, tenta justiça com as próprias mãos, o baleando. Não, aqui Willis não pega uma metralhadora e um lança mísseis e parte sozinho contra um exército inteiro em busca da vingança. É um filme muito mais delicado, complexo.

Seis meses depois, recuperado do ocorrido, ele tem um novo paciente, Cole Sear (Haley Joel Osment), um jovem com problemas sociais com todos que lhe rodeiam. Ele possui um dom não muito agradável, que guarda isso só para si, nunca compartilhou tal informação com ninguém, o que deixa sua mãe e Malcolm ainda mais confusos para descobrir o que há de errado com o menino. Ele sabe que, mesmo falando a verdade, ninguém irá acreditar nele.

Com o desenrolar da trama, Malcolm está completamente empenhado (e perdido) no caso. Tamanho empenho possibilita um drama paralelo: o risco que corre o casamento de Malcolm, pois a falta de atenção com sua mulher a incomoda. A cena em que Cole conta seu dom para Malcolm virou ícone do suspense atual, talvez uma das cenas mais clássicas da história. É emocionante, tocante e macabro ao mesmo tempo, isso se tal mistura for possível.

Tecnicamente é um filme perfeito. A fotografia é escura e bem planejada com os ângulos de câmera, sempre com as melhores tomadas perfeitamente iluminadas. A maquiagem dos fantasmas é fantástica, acentuando-se ainda mais na realidade pelo envolvimento e situação no qual os fantasmas aparecem. O clima é completamente assustador, as músicas arrepiam cada cabelo de seu corpo e os gritos fazem parte da história de qualquer um que assista de modo bem envolvido. Não estou dizendo que é o melhor do gênero, porque apesar de bem feito, não inovou como os filmes do gênio Alfred Hitchcock.

O Sexto Sentido veio para redefinir o suspense atual. Tem histórias paralelas, muitos sustos, um clima fantástico, perfeitas atuações, músicas completamente envolventes e o melhor final de todos os tempos. Claro que eu ainda não o havia comentado, evitei ao máximo isso, porque de tão fantástico dá vontade de contar, mas eu estaria o estragando para quem ainda não tivesse visto. Portando, assista logo e saiba do que eu estou falando. Junto com Clube da Luta e Bruxa de Blair forma o meu Top 3 dos melhores filmes de 99.

Comentários (1)

Faça login para comentar.