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Críticas

Cineplayers

Somente a atuação de Freddie Highmore e a trilha sonora de Mark Mancina se destacam aqui.

5,0

Freddie Highmore fez sua estréia em filmes de longa-metragem com apenas sete anos de idade e, desde então, tem comparecido em vários projetos cinematográficos. Todavia foi somente pelo seu comovente desempenho em "Em Busca da Terra do Nunca", de Marc Forster, pelo qual faturou alguns prêmios, que o jovem ator, hoje com dezesseis anos, chamou de fato a atenção da crítica especializada e do público em geral. Além da trilha sonora evidentemente bacana de Mark Mancina, o outro ponto positivo deste "O Som do Coração", dirigido por Kirsten Sheridan, é justamente ter Highmore como protagonista.
 
Baseado em história de Paul Castro e Nick Castle e escrito pelo próprio Castle em parceria com James V. Hart, o roteiro de "O Som do Coração" é estrelado por Evan Taylor (Highmore), garoto que vive em um orfanato e, assim como as outras crianças, sonha encontrar os pais biológicos. Diferentemente dos demais meninos, Evan tem uma capacidade dessemelhante de se relacionar com a música: ele não apenas a ouve em todo canto, das mais diversas formas, como também a sente de maneira particular, levando-o a acreditar que, através da música, pode encontrar os pais. Ao chegar sozinho em Nova York, tentando achá-los, Evan conhece o músico de rua "Mago" (Robin Williams), que o desperta de vez para a música. Paralelamente, conhecemos os pais de Evan (interpretados por Jonathan Rhys Meyers e pela insossa Keri Russell), como se conheceram e como acabaram separando-se. A trama caminha, então, a um final previsivelmente açucarado.
 
A abordagem do romance envolvendo os personagens Louis Connelly e Lyla Novacek (Meyers e Russell, respectivamente) desde o início se mostra rápida demais, mal desenvolvida, o que é um problema sério, porque todo o resto da história depende do quão forte esse relacionamento é transmitido ao espectador - aqui, infelizmente, é fracamente transmitido. Sheridan, ao filmar da forma mais simples possível, sem inovação alguma, contribui para o resultado insatisfatório das cenas envolvendo o casal Louis e Lyla. Serve de consolo apenas o fato de elas serem poucas, pois o par permanece separado durante a maior parte da trama. Há cenas em que o esforço do irlandês Jonathan Rhys Meyers é patente, porém Sheridan não consegue aproveitar plenamente o talento do ator - que já revelou entender do riscado, por exemplo, no excepcional "Match Point", de Woody Allen.
 
As tomadas musicais presentes na obra, a maioria contando com a presença do personagem Evan Taylor, sustentam-se principalmente em razão da carismática e sentimental atuação de Freddie Highmore, em mais um papel magnético. A trilha sonora de Mark Mancina sublinha de maneira convincente os principais momentos do filme, ressaltando ainda mais a figura de Highmore em cena - seja esta séria ou descontraída. Destaca-se aqui a bela composição "Raise It Up", uma das concorrentes ao Oscar de melhor canção original este ano. Mas é bom deixar claro que a diretora mina muitas dessas cenas ao escolher planos banais, pouco envolventes - reparem a ausência, durante todo o filme, de um mísero plano-seqüência significativo. Assim, a incapacidade de Sheridan por pouco não implode completamente "O Som do Coração", salvo graças a Highmore e Mancina.
 
Ao longo dos 113 minutos de duração do longa-metragem, percebe-se a presença de inúmeros clichês, ações mal trabalhadas pelo roteiro e filmadas genericamente por Kirsten Sheridan, inverossimilhanças aos montes, atores e personagens secundários fraquíssimos (o que é aquele Richard Jeffries de Terrence Howard?) e, se não bastasse, um Robin Williams (que declarou ter se baseado no músico Bono Vox, líder da banda U2, na concepção de "Mago") novamente invocando a caricatura. Como dito, somente a atuação de Freddie Highmore como protagonista e a bacana trilha sonora de Mark Mancina se destacam aqui, sendo pontos positivos suficientes para "O Som do Coração" conseguir uma nota cinco.

Comentários (3)

Raphael da Silveira Leite Miguel | terça-feira, 22 de Outubro de 2013 - 00:14

Realmente Highmore faz excelente papel e como não, o restante do elenco também está bem, só acho que a Russell e Howard estão fracos, mas Meyers está bem, ainda mais cantando demais, aliás, saudade desse cara em cena, muito bom ator. E Williams também exerce papel importante do músico frustrado por ter sido abandonado pelos país e em consequência disso, explora o talento dos garotos ao máximo, sem muita maldade e sim pelo seu passado. Sua canastrice é muito boa!

E quanto à trilha, é realmente o ponto alto do filme junto com o ator mirim, músicas lindas demais, ótima seleção.

Walter Prado | terça-feira, 22 de Outubro de 2013 - 09:56

Eu odeio este filme e tudo nele presente.

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