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Críticas

Cineplayers

Divertidas (e violentas) lutas marcam esse filme de artes marciais da Tailândia. Tony Jaa pode vir a ser uma estrela do gênero no futuro.

6,0

Os filmes de artes marciais orientais sempre têm um público fiel. Foram febre por aqui algumas vezes já, mas com a vinda de suas maiores estrelas para Hollywood (Jackie Chan e Jet Li, por exemplo) deram uma esfriada. Ong Bak chega com um novo candidato à estrela das artes marciais no cinema mundial, apresentando golpes altamente cinematográficos, com uma elasticidade belíssima. O nome do sujeito é Tony Jaa, um tailandês que já participou como dublê do horrível Mortal Kombat: Annihilation. Ong Bak é seu primeiro grande filme, e desde que ele foi lançado estão chovendo projetos para o ator.

A cabeça de um buda, Ong Bak, em uma pequena aldeia, foi roubada por engano. Ting (Tony Jaa), o melhor discípulo da arte de luta Muay Thai vai para a cidade grande tentar recuperá-la. Chegando lá, ele enfrentará muitos (acredite, são muitos mesmo) inimigos até conseguir ter a cabeça de volta. Esse fiapo de história é a justificativa para mostrar sequências de luta primorosas. Esperar conteúdo e profundidade em um filme assim seria um enorme erro. No final tudo isso torna-se bastante repetitivo, mas felizmente a duração do filme não é muito grande.

O diretor parece conhecer as limitações da história e sabe que o único modo de manter seu público entretido é com um grande número de sequências de ação e luta. E é isso que acontece. Essas sequências são praticamente non-stop, e de tempos em tempos há uma parada para desenvolver um pouco melhor a história e seus personagens, como George (Petchtai Wongkamlao), um ex-habitante da mesma aldeia de Ting, que despreza a vida de lá, mas aos poucos vai sentindo melhor apreço para retornar, influenciado pelo caráter sempre sem deslizes de Ting.

Há pouquíssimos efeitos especiais digitais no filme. As lutas são feitas com a cara e a coragem dos atores, como era na década de 80 no cinema de artes marciais do Oriente. O resultado é divertido e excitante. As lutas são tão superiores ao que se vê nos filmes americanos (algumas são ainda melhores que as de Matrix, por exemplo, com suas toneladas de efeitos digitais) que o fato do filme não ter uma história sequer atraente é facilmente compensado pela próxima cena de ação. Vale destacar que o nível de violência é bastante alto. As joelhadas e cotoveladas nas cabeças dos adversários (característica da arte Muay Thai) são os tipos de golpes mais predominantes. E como tudo é bastante realista, não recomenda-se a estômagos fracos, embora pouco sangue seja mostrado.

Novos atores de ação como Tony Jaa e os franceses David Belle e Cyril Raffaelli do recente sucesso (está estourando nas locadoras) 13º Distrito, estão surgindo, e não deve demorar muito para a geração atual ceder pelo menos um pouco de espaço para estes novos em Hollywood. A sua permanência lá vai depender de bons roteiros (pois, enquanto as histórias forem tão ruins quanto a deste filme, seu público sempre será limitado, embora fiel).

Ong-bak não apresenta nada de novo. Apenas lutas desenfreadas e sequências de perseguição muito divertidas. O diferencial é que esses elementos são apresentados de forma bem crua e realista, com a figura central - Tony Jaa, guarde bem este nome - mostrando habilidade acima da média para o gênero do filme. Mesmo sendo um trabalho desnecessário, é um filme recomendável com ressalvas apenas se você não gostar nem um pouco de artes marciais. Nesse caso, fique longe!

Comentários (1)

Alexandre Koball | terça-feira, 03 de Dezembro de 2019 - 11:42

14 anos depois... já dá pra dizer que Tony Jaa não se transformou em uma grande estrela do gênero, apesar de figurar em vários filmes com boas bilheterias.

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