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Críticas

Cineplayers

Uma reciclagem do primeiro filme, ainda que divertido.

6,0

Com o estrondoso sucesso que Os Caça-Fantasmas fez em torno do mundo, era mais do que óbvio que uma continuação seria feita e rapidamente invadiria os cinemas ao redor do globo. Os Caça-Fantasmas 2 chegou nas telonas em 1989, cinco anos após o longa-metragem original, mas sem adicionar muito à franquia, apenas reciclando história, personagens e situações, tentando dar magnitude à obra, mas saindo-se um pouco pior que o primeiro, principalmente pela sua falta de novidades.

Escrito mais uma vez por Dan Aykroyd e Harold Ramis, a história também se passa cinco anos após o original: considerados charlatões, o grupo conhecido como ‘Caça-Fantasmas’ é obrigado a encerrar suas atividades e sobreviver da fama colossal que teve durante pouco tempo, marcando presença em festas e eventos – mas parece que as pessoas já não ligam tanto para eles. Os fantasmas, todos liberados no final do primeiro filme, sumiram sabe-se lá para onde e, mesmo com centenas de pessoas tendo visto o enorme monstro de marshmallow que os caçadores derrotaram no final do primeiro filme, o prefeito cisma em acreditar que eles são mesmo aproveitadores e querem apenas roubar o dinheiro do povo, o que é uma forçada enorme para a premissa deste novo roteiro.

Quando uma entidade milenar está para retornar à Terra, estranhos acontecimentos em Nova York chamam a atenção do grupo formado por Peter (Bill Murray), Ray (Dan Aykroyd), Egon (Harold Ramis) e Winston (Ernie Hudson), como um rio de material plasmático que se criou embaixo da cidade e estranhas conexões com o filho de Dana Barrett (Sigourney Weaver). Oriundo de um casamento que não foi nem com Louis (Rick Moranis) e nem com Peter, a criança acaba sendo mais uma forçada de roteiro, apenas porque precisavam dela e, para poder inserir um pouco mais de acontecimentos na história, Dana e Peter precisar se reconciliar. É óbvio que esta entidade causará enormes problemas e as pessoas clamarão novamente pelo nome dos Caça-Fantasmas.

O ceticismo do povo e das autoridades, mesmo depois de tudo o que viram, é simplesmente chamar o público de bobo, mas quem pára para assistir a um filme como Os Caça-Fantasmas não pode estar esperando um primor de roteiro e toda a lógica interna que formam a arte; o que ele tem que oferecer é diversão pura e descompromissada, e nesse ponto esta seqüência é fiel e objetiva. A ação final, envolvendo a Estátua da Liberdade, tentou ser um novo monstro de Marshmallow, mas sem a mesma eficiência e carisma, ainda que impressione até hoje pelos efeitos de última geração (os fantasmas e suas interações com o ambiente, especialmente, continuam lindos).

As semelhanças com o primeiro filme não ficam apenas na teoria: se há acertos em alguns pontos, como a piada com o Titanic e seus fantasmas, a grande maioria do que acontece aqui já foi visto antes, com apenas algumas mudanças para dar seqüência à história. Não há nada que agregue algo à franquia, que faça valer a criação de uma seqüência, a não ser a necessidade hollywoodiana de dar continuidade a algo que fez sucesso.

Ainda que flerte com algumas características da época, principalmente na questão sonora, com a revisão da canção tema com ritmo alterado para hip-hop (que ganhou força no final dos anos 80 e início dos 90), o filme não tem muito a dizer para que veio. As atuações são as mesmas, as piadas são mais ou menos do mesmo nível, o vilão é parecido e as cenas de ação também. Muito menos inovador que o original, mas perfeito para quem quer matar a saudade da época que ficou lá atrás e de filmes como este, inocentes, com ação bobinha e tiradas sarcásticas. Para quem está imune à esta estranha sensação que é a nostalgia, Os Caça-Fantasmas 2 vai parecer muito pior e menos importante do que é na verdade.

Comentários (1)

Cristian Oliveira Bruno | sábado, 23 de Novembro de 2013 - 15:56

Sequencia muito boa, apesar de meio sombria em relação ao primeiro.

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