Moça do interior trabalha em casa de massagens de Pequim, onde arruma lugar para uma amiga, e lá elas têm um chefe. Percebe-se desde o início que algo de sexual acontecerá, pois as cenas na casa de massagens tem ângulos muito fechados, na minha impressão priorizando a idéia do toque, talvez também por uma questão cultural e apesar disto persistir durante todo o filme.

Uma série de infelicidades fazem Ping Guo, a protagonista, ter uma experiência sexual não muito agradável com seu chefe e ainda ser descoberta pelo marido. E se isso parecer ruim, a coisa piora e muito pro lado dela: temos ainda 100 minutos! Essa é a essência de Perdidos em Pequim.

Um filme chinês, com várias cenas de sexo, chantagens, mentiras, boas intenções, más intenções e uns amores que acabam e outros que começam. Recheado de todos estes clichês, apesar de tudo consegue prender a atenção, para logo depois se perder em cenas desnecessárias, tornando o filme desagradavelmente longo. Desagradável porque a cada momento o novelo se embolava mais e novos problemas surgiam para Ping Guo, que no filme é – de alguma forma – violentada duas vezes, passa por um parto, por crises no casamento, ciúmes doentes do marido e da mulher de seu chefe e no final ainda passa a ser babá do próprio filho. Com tudo isso você quer mais que Ping tome uma atitude ou que o diretor faça isso por ela.

No entando, a atriz Binbing Fan, que interpreta Ping Guo, tem momentos bons e de honestidade com relação aos sentimentos da personagem, alternando da inicial vitalidade para uma grande apatia.

No mais, confesso que até eu ficaria tão perdida em Pequim quanto Ping Guo e o diretor Yu Li, diante daquela cidade ainda em processo de modernização e que não foi feita a medida do homem, e sim numa escala muitas vezes maior.