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Críticas

Cineplayers

Um dos clássicos mais interessantes da Disney, onde até o mascote-bicho é realmente um bom personagem.

7,0

Pinóquio é uma das grandes obras da Disney. Um dos poucos trabalhos da produtora que eu entenderia quando as pessoas se referissem a ele como "obra-prima". Não é para tanto, mas Pinóquio encanta pela sua simplicidade (comum nos filmes da Disney - até aqui, nada de diferente) em conjunto com personagens muito, muito bons (este é o maior diferencial do filme em relação a tantos outros da empresa). Até o bichinho mascote (estereótipo número 31 dos longas da Disney), Grilo Falante, é um personagem interessante, tão bem desenvolvido e simpático quanto o famoso boneco de madeira.

Pinóquio apresenta um conto universal. Sobre inocência e como ela pode ser perigosa em um mundo cheio de "gatos" (também literalmente, visto que João Honesto, um dos vilões da saga, é um gatuno), ao mesmo tempo em que precisamos dela para obter uma vivência alegre e feliz. "- Você deve ir para a escola Pinóquio!", diz Gepeto para o boneco. A mensagem é simples e óbvia para as crianças: na escola ganha-se experiência do que é ou não é correto no mundo de hoje - isso em 1940, mas vale agora também, mais do que nunca, em 2005.

Fora a lição de moral (estereótipo número 20 dos filmes da Disney), Pinóquio apresenta personagens muito carismáticos, desde um grilo até uma baleia enorme, que representa a maior ameaça para nosso pequeno herói, que  quer ser um menino de verdade e para isso deve provar sua valentia. Há vários tipos de bichos que personificam os personagens, gatos, buldogues, burros. Um zoológico que caracteriza bizarramente o filme, mostrando uma linguagem razoavelmente mais evoluída do que a média dos filmes Disney (menos infantilizada, ainda que infantil).

As sequências apresentam um nível de movimento e ação até hoje pouco visto nos filmes da Disney. As sequências marítimas, principalmente, parecem ser impressionantemente complicadas de se desenhar com qualidade, são lindíssimas, apresentando pinturas inesquecíveis, de colorido vivo, brilhante e divertido. A cena em que o nariz do boneco "cresce" com as mentiras (hoje antológica) é a mais conhecida de todo o longa, e de fato é uma das mais engraçadas e interessantes.

A trilha sonora, composta por canções belíssimas mas tristes (estereótipo número 10 da Disney para os seus primeiros filmes) em alguns momentos e ritmos tensos e agitados quando estes apresentam-se necessários é outro ponto bastante positivo, mesmo que não fuja muito do que vinha sendo apresentado e continuou sendo apresentado normalmente pela empresa. Pinóquio funciona como uma boa definição do que o mundo Disney realmente pode apresentar, quando quer sair do bonitinho e fácil. Seu roteiro é cheio de reviravoltas e seu mundo é bastante obscuro, o que faz ele também ser um filme aprazível para adultos, havendo inclusive leves conotações e teor sexuais no filme (estereótipo número 18 das animações da Disney), imperceptíveis para crianças, mas que estão lá, em todas as cenas da fada. E, tirando tudo isso, Pinóquio permanece como uma bonita e divertida história e lição de moral. Essa sim, recomendável.

Comentários (1)

César Barzine | segunda-feira, 31 de Outubro de 2016 - 18:06

Só não entendi como o gato eo peixe do Gepeto conseguiram sobreviver no oceano

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