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Críticas

Cineplayers

Acaba por ficar enjoativo e afastar o público da história.

5,0

Prometendo a Lua (Das Blaue vom Himmel, 2011) tem pano de fundo histórico, mas conta a vida de Marga e sua filha, Sofia. A primeira, já idosa, sofre de Alzheimer e, incapaz de viver sozinha, precisa da ajuda da segunda. Entretanto, elas nunca foram próximas. O convívio forçado a partir de então é que trará à tona verdades sobre o passado de ambas.

Sofia é jornalista e cobre o processo de independência da Letônia em relação à União Soviética. Com a chegada da mãe e pequenas descobertas sobre a infância, ela aproveita para retornar à cidade de Riga, no país separatista, com a missão de humanizar a matéria que produz sobre o tema. O foco, portanto, será a própria história entre sua mãe e seu pai em meio ao processo de anexação de território.

É com essa premissa que segredos começam a ser revelados. O passado traz dores para as duas. Marga, em estado de debilidade, sofreu calada a vida inteira pela rejeição do grande amor. Ao mesmo tempo, mentiu para a filha sobre o pai e a verdadeira história da família. No fundo, uma forma de se preservar. Mas até que ponto Marga tinha esse direito? Sofia, cujo passado parecia quase uma página em branco, começa a juntar as peças e descobrir quem é ela, a mãe e o pai.   

A anexação da Letônia à URSS foi o momento transformador da vida de Marga, enquanto a separação se apresenta da mesma forma para Sofia. Mas, quanto mais a jornalista apura fatos do passado, mais consegue compreender sobre o distanciamento entre ela e a mãe. As verdades sobre quando ainda era um bebê são mescladas com o momento presente da narrativa. O ir e vir acontecem de forma orgânica, mas a própria história não é forte o suficiente. Essas revelações e a questão da enfermidade da mãe não parecem encontrar respaldo no espectador.

É como se o filme fosse demasiadamente frio e ao mesmo tempo pouco desafiador. Diversos pequenos erros de concepção atrapalharam. A trilha sonora, por exemplo, tem o intuito de comover, com os altos e baixos típicos dos melodramas. A própria narrativa segue por este caminho comum. Também por isso é enjoativo em diversos momentos. Termina por afastar o público.

Resulta mais em um passatempo no qual só resta esperar pelo desenrolar da trama, que pouco enriquece. Sobra a busca pela identidade de Sofia. Se o que mais importava para ela era, de alguma forma, estabelecer ligação com a família, a tarefa foi bem sucedida, por mais que o resultado não tenha sido exatamente como esperado de início. 

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