Um filme que não traz absolutamente nada de novo, além dos erros comuns de sempre.
Demi Moore, das maiores estrelas do início da década de 90, após sucessivos desastres comerciais e de crítica de filmes pavorosos (Até o Limite da Honra, Striptease), praticamente abandonou a carreira, priorizando então a família. Desde então sumiu do mapa, e muito raramente envolve-se em um projeto. Mas sua fama ainda permanece (culpa das infindáveis reprises de Ghost - Do Outro Lado da Vida na tevê?), e só assim é justificável o lançamento desse filme nos nossos cinemas (nos Estados Unidos foi lançado diretamente em vídeo).
Nessa produção européia, Moore é Rachel Carlson, escritora famosa e bem-sucedida que perde o filho após um trágico acidente. Como conseqüências, o casamento que desmorona e um bloqueio criativo que a impede de terminar o romance atual. Busca então uma saída para a crise em que se encontra e vai morar, por sugestão da melhor amiga, em um vilarejo remoto na costa da Escócia. Na região, busca reencontrar o equilíbrio e acaba por se apaixonar pelo faroleiro local (o semidesconhecido Hans Matheson), mas constantes alucinações com o filho falecido e um mistério colocarão sua vida em risco.
O filme do australiano Craig Rosenberg, um dos roteiristas de Ladrão de Diamantes e aqui em seu segundo longa-metragem – Hotel de Love, com Saffron Burrows, foi o antecessor – tem seu primeiro terço bastante interessante, imprimindo um clima europeu e andamento idem. Apostando nos seus dois maiores trunfos, a bonita trilha e a fotogenia do País de Gales, Rosenberg, se não reinventa a roda, pelo menos entrega um filme agradável de ver, mesmo com alguns tropeços.
Mas é só a trama principal começar a se desenrolar que todos os esforços iniciais vão por água abaixo. Rosenberg comete três pecados cruciais: a trama romântica entre Moore e Matheson destoa do início do filme, virando uma xaropada romântica envolvendo até cavalgadas em eqüinos selvagens à beira de uma ilha deserta; o subterfúgio dramático é de uma previsibilidade tremenda; e a conclusão da história, com reviravolta e tudo, é de fazer A Vila virar um clássico instantâneo.
A programação do Supercine aguarda o filme ansiosamente.
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