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Críticas

Cineplayers

Vinterberg se recupera do escorregão de Dogma do Amor com este Querida Wendy, sob a bênção de Lars Von Trier.

8,0

Depois do ambicioso e malfadado "Dogma do Amor" o diretor Thomas Vinterberg voltou a colaborar com seu ex-comparsa de Dogma 95 Lars Von Trier e acertou na decisão, recuperando o prestígio abalado.

Na história escrita por Trier, Dick é um jovem que mora numa cidadezinha modorrenta do Texas, onde tudo gira em torno de uma mina de carvão e de seus trabalhadores. Ele não se enquadra no estilo de vida da cidade e é bastante solitário até que um dia vai parar nas suas mãos uma pistola antiga. Por causa dela ele conhece outro jovem fracassado com uma paixão em comum por armas de fogo, sobre toda a cultura em torno delas, suas histórias e mecânica. Iniciam assim uma espécie de clube secreto chamado Os Dândis, arrebanhando outros outsiders como eles em torno de pistolas que o filme também trata como personagens, Wendy é uma delas e para quem a história é narrada por Dick, na forma de uma carta.

Vinterberg e Trier criam uma espécie de conto de fadas bélico, que pode ser visto até como uma história paralela à trilogia USA de Trier, tanto na temática de observação dos EUA quanto no cenário que, apesar de não ser invisível como os de Dogville e Manderlay, possui uma configuração semelhante. Mas o filme é bem mais leve que aqueles e Vinterberg mantém a narrativa envolvente com a ajuda do ótimo elenco jovem encabeçado pelo Jamie Bell, que confirma o talento mostrado em Billy Elliot e da boa trilha sonora composta quase que exclusivamente de músicas do grupo dos anos 60 The Zombies, injustamente pouco conhecido.

O filme não oferece uma análise muito profunda sobre o fascínio americano por armas e não acredito ter sido esta a intenção dos cineastas, Querida Wendy é um filme mais preocupado em seus personagens, que canalizam sua dificuldade de se conectar com o mundo através das armas, e isso não é uma exclusividade americana.

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