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Críticas

Cineplayers

Com um orçamento bem mais limitado que seu irmão ocidental, o filme prima pelo terror em sua forma mais pura e sinistra.

7,0

O Chamado foi uma deliciosa surpresa que tive esse ano. Fui ao cinema completamente despretencioso e saí com um dos melhores filmes do gênero suspense / terror em meu currículo de filmes assistidos. Estava maravilhado, havia acabado de ver uma excelente obra, cheia de mistério e de um clima de tensão poucas vezes criados no cinema atual. Quando cheguei em casa, minha curiosidade me fez pesquisar sobre o título. Foi então que descobri que meu ‘novo queridinho’ era a regravação de uma fita japonesa de bastante sucesso no Japão e Oriente em geral, chamada Ringu.

A essa altura todos que estão lendo já devem ao menos conhecer a história do filme, mesmo que não tenham assistido: trata-se de uma atual lenda urbana, onde quem assistir a uma fita amaldiçoada morrerá sete dias após. Apesar de ser a mesma história no miolo, temos algumas diferenças bem básicas entre o remake e essa versão original. No filme americano existem cenas a mais, talvez por um maior dinamismo na história central (resultado de um roteiro melhorado), sobraram minutos a mais para se explicar melhor fatores da história. A cena da árvore, a cena do cavalo, a cena no hospital, tudo isso não há no filme japonês. Só que a conclusão japonesa é muito melhor que a americana, bem mais macabra, realmente o que uma maldição propõe, algo bem mais maldoso. No americano há aquele ar de esperança, salvação, algo que não há na versão japa.

Existem outras diferenças básicas, como a repórter protagonista, que aqui é morena e trabalha na televisão, e o marido, que tem um papel bem maior e influente na história. Só que eu não gostei disso, aqui ele acredita em tudo muito fácil, no americano ele precisou ser convencido de que tudo era verdade, preferi assim. Outra diferença básica é o orçamento: 45 milhões do remake contra os generosos 1,2 milhões do original. A partir daí dá para ter uma noção do porque da diferença estrondosa de qualidade entre as versões. Inclusive isso se reflete em pontos importantes do filme, como as maquiagens dos mortos e a própria qualidade da fita aterrorizante (apesar de que, aqui criamos um ponto controverso; enquanto a maquiagem americana é melhor, a expressão dos atores japoneses mortos dá um certo frio às nossas espinhas).

Posso dizer que, apesar de inferior, Ringu é extremamente envolvente. O clima é perfeito, você está sempre tenso e com a atenção presa ao que o filme está passando. Como não existem os cavalos aqui, o caminho no qual o filme chega até sua conclusão é diretamente ligado à menina, sem histórias paralelas (como a do pai, o hospital, a tia tem uma dimensão menor, etc), e isso deixou o filme um pouco mais pobre.

A DreamWorks que deve estar rindo à toa. Teve um excelente faro de sucesso e comprou os direitos de Ringu. Faturou muito (130 milhões só nos cinemas americanos), fator provindo da já boa história com toda a melhoria que os americanos fizeram. Para os curiosos de plantão, amantes do cinema japonês, seria bom dar uma conferida na versão original. Para aqueles que não se ligam nesses fatos históricos, o remake já está de excelente tamanho. Até por ser melhor.

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