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Críticas

Cineplayers

Os bastidores de um clássico de Hawks, uma espécie de Casablanca inferior.

7,0

Quem tiver o prazer de assistir ao DVD de Uma Aventura na Martinica, filme de Howard Hawks com Humphrey Bogart e Lauren Bacall (o primeiro do casal, quando a história de amor deles começou), não deixe de ver o desenho animado da Warner que parodia o filme que está nos extras: é hilário e uma graça. Mas a grande atração mesmo é o filme, lendário por uma série de fatos, entre eles o de ter sido o começo de um dos casamentos mais famosos de Hollywood de todos os tempos. Segundo a mítica, Bacall saiu de Nova York, vinda de uma família paupérrima, e foi escolhida para o filme apenas porque o diretor queria comê-la, tanto que ficou puto de ela ter dado para o Bogart, não para ele.

Howard Hawks referia-se ao romance de Ernest Hemingway que deu origem ao filme como “aquele lixo de To Have or Not to Have”. Tanto que mandou a história original às favas e chamou ninguém menos que William Faulkner para adaptá-la. Faulkner, na época, era o grande rival de Hemingway na literatura. Viviam espetando-se pelos jornais. Eles só concordavam quando falavam mal de Scott Fitzgerald, o terceiro escritor da trinca de ouro do romance americano do início do século. Faulkner ganhou o Nobel, o Pulitzer, passou para a história como o maior deles – e também como o mais bizarro, difícil e irascível.

Faulkner e Hawks transformaram o filme num Casablanca sem charme. Tudo é passado num hotel, no meio de uma ilha (a Martinica), também na época da Segunda Guerra Mundial, com os nazistas (sem vestir cinza) atazanando a vida do pacato Bogart, que não quer nada com política, mas será obrigado a tomar partido, uma vez que não lhe restava alternativa.

Dessa vez pelo menos ele consegue ficar com a mocinha - Bacall faz uma vagabunda que vive de dar golpes para conseguir comprar a passagem de volta. Não há os diálogos vibrantes de Casablanca (“Lembra-se da primeira vez que nós nos conhecemos? Os nazistas vestiam cinza e você, azul”) nem o punch satírico (Casablanca é grande porque nunca se levou a sério).

O melhor filme do casal ainda é À Beira do Abismo, adaptado de Raymond Chandler, com Bogart no papel de Philip Marlowe. Traz Bacall igualmente salafrária, fumando que nem uma chaminé e dando o tombo em todos os homens, menos em Bogart, porque nenhuma mulher passou a perna em Bogart que, do alto de seus 1,60m, foi o maior dos homens do cinema.

Comentários (6)

Victor Ramos | sexta-feira, 06 de Janeiro de 2012 - 20:52

Tá interessante, convenhamos. hehehe, apesar de tudo, estou passando a gostar das críticas do Demetrius.

Daniel Mendes | segunda-feira, 06 de Fevereiro de 2012 - 03:20

Vi o filme hj e achei bem mediano....mas essa crítica tá parecendo que foi feita por reporter da Caras ou de Tv Fama. A preocupação é em fazer fofoca sobre os bastidores!

Victor Ramos | domingo, 26 de Agosto de 2012 - 08:20

Nem é uma crítica, para falar a verdade.

Rique Mias | sábado, 27 de Janeiro de 2018 - 20:12

"em Bogart que, do alto de seus 1,60m, foi o maior dos homens do cinema." - Informação errada!

PRIMEIRA página da busca do google:
https://www.celebheights.com/s/Humphrey-Bogart-736.html
Traduzir esta página
Humphrey Bogart height was 5ft 8 or 172.7 cm tall.

Ou seja Bogart tinha 1,73 de altura, nem pra pesquisar direito hein seu Demetrius??

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