Saltar para o conteúdo

Críticas

Cineplayers

Uma produção que mostra a crescente qualidade das comédias européias. A belíssima fotografia destaca-se.

7,5

Está virando rotina. Há muito tempo podemos observar duas vertentes comuns que dois mercados distintos estão seguindo durante os últimos cinco ou seis anos quando o assunto é o gênero “comédia”. Essas vertentes, mais especificamente, são as comédias norte-americanas (que vêm se “especializando” em comédias voltadas ao público adolescente ou teen, popularmente chamadas de pastelonas, vide “Todo Mundo em Pânico” e produções similares) e as européias (principalmente as inglesas; nessa vertente observamos constantes aparições das chamadas comédias românticas, algumas mais leves e singelas que outras, como é o caso de Wimbledon – Jogo do Amor, e outras mais exageradamente românticas).

Generalizações à parte, não estou procurando rotular nenhum dos dois mercados em particular, mas vem sendo notável o salto de qualidade que algumas comédias tipicamente britânicas vem apresentando com certa regularidade. Enquanto comédias interessantes e inteligentes como “Melhor é Impossível” vêm tornando-se cada vez mais escassas nos EUA, do outro lado do oceano vemos produções que sabem dosar cada vez mais o teor cômico com o romântico sem esquecer outros importantes aspectos técnicos do filme, como a fotografia e a montagem; ainda em estágio de aperfeiçoamento, é verdade, mas vem sendo notável a melhora de uns tempos pra cá...

Montagem e fotografia! Já que tocamos no assunto, por que não começar a citar os pontos positivos de “Wimbledon – Jogo do amor” por eles? Sem sombra de dúvida a primeira impressão que temos ao sermos apresentados ao cenário da história é a melhor possível. A direção de arte é muito bela, diga-se de passagem, para um filme do gênero. As tomadas de Londres são simplesmente fantásticas, mas nada se compara às lindas seqüências nas quadras de tênis, principalmente quando o diretor tenta mostrar a angústia e o desespero momentâneo pelo qual personagem principal passa.

Outra boa surpresa a que somos apresentados é a química entre Paul Bettany e Kirsten Dunst. Os dois fazem um bom trabalho juntos e contam com uma ajuda que todo par romântico deveria ter, bons coadjuvantes. Apesar do final do filme ser bastante previsível, a forma como a história é estruturada e a utilização de bons coadjuvantes torna o roteiro extremamente divertido. Elementos como o irmão de Peter e seus pais, o pai da bela tenista (interpretado por Sam Neil) e alguns outros mais tornam a comédia um pouco mais engraçada.

A história gira em torno de Lizzie Bradburry (Kirsten Dunst), uma tenista no auge da carreira extremamente orientada a vencer todos os campeonatos que participa, tendo como principal técnico e apoio seu sempre presente pai e Peter Colt (Paul Bettany), um tenista em fim de carreira que sequer conseguiu qualificação para disputar Wimbledon, foi convidado. Os dois se conhecem logo no início do torneio e a partir daí temos o deslanche do romance de ambos.

O filme apresenta uma pequena queda de ritmo na parte em que o casal principal se desentende. Mas isso é contornado por um final bastante agradável ainda que previsível. Além de contar com uma boa montagem e excelente fotografia, como previamente citado, Wimbledon ainda possui elementos bastante ricos e comuns a comédias românticas como uma boa trilha sonora, nada muito rico em detalhes, mas agrada.

Wimbledon é com certeza um ótimo filme para se assistir com uma ótima companhia. Se você gostou de “Bend it Like Beckham” gostará ainda mais dessa produção inglesa que prima pelo ótimo envolvimento dos personagens e pela bela fotografia. Com certeza ao ver algumas seqüências dentro do complexo de tennis de Winbledon você pensará consigo mesmo “uau, não pensei que fosse tão bonito assim”. Talvez até nem seja, infelizmente nunca pude estar lá para comprovar. Méritos do diretor que fez o lugar parecer majestoso aos olhos de quem vê, conseguindo criar um cenário vivo e intenso para adaptar sua história.

Comentários (0)

Faça login para comentar.