E lá vou eu novamente pro cinema assistir uma comédia romântica - sim eu fui, sou descarado de carteirinha. Lá está eu com uma Amiga e "Kazammmm!", grande surpresa, Amizade Colorida é uma grande pedida para aqueles que apreciam uma verdadeira comédia romântica. Ao contrário da maioria esmagadora das últimas safras do gênero, esse foge a regra e traz um trabalho com ritmo empolgante, enredo e roteiro coerentes, diálogos reais sem lengalenga e acreditem: inteligentes. As atuações sem exceções, desde os protagonistas aos secundários são excelentes e cativam o telespectador desde a primeira cena até o final.
O filme começa com uma cena bem montada de encontros passionais nas vidas dos protagonistas, que são as mesmas situações e apesar de ocorrem em locais diferentes, levam às mesmas perguntas: "por que um relacionamento é tão difícil?", "por que não se pode ter sexo e pronto?", "podemos ser amigos?" - clichê né? É sim. Mas com um bom roteiro, diálogos roubados do nosso cotidiano, boa fotografia e atuações, isso se torna uma adorável e prazerosa repetição que não culmina no "mais do mesmo e mal feito" como os milhares de comédias românticas por aí. É aquela velha historinha do bolo... qualquer imbecil sabe fazer um bolo, a receita é padrão, mas se você o faz de uma forma especial e com bons ingredientes não será mais "só" um bolo, será "o, aquele" bolo.
Dylan (Justin Timberlake) é um blogueiro bem sucedido em Los Angeles, que recebe uma proposta de emprego em Nova York, tendo como mediadora da situação, Jamie (Mila Kunis), uma captadora de recursos humanos promissores para empresas. A princípio ele vai a uma entrevista e depois de aprovado, sob influência de Jamie, aceita o cargo de Diretor de Artes de uma revista, mudando-se assim para N.Y. onde tem apenas como referência ela, que aos poucos vai lhe apresentando as várias facetas da cidade. Os dois tornam-se amigos e numa noite, após expor seus pensamentos semelhantes sobre relacionamentos decidem fazer um acordo sob juramento de uma Bíblia digital, que farão sexo sem compromisso, nada, além disso. Daí a história se desenvolve, com os pesares e delícias de uma relação deste tipo, cenas cadenciadas, sagazes, inteligentes e realmente hilárias. Vale uma ressalva toda especial, para a mãe de Jamie (Patricia Clarkson) que está casualmente gostosíssima e atraente, dando um show na pele de Lorna, uma mãe relax, que curte a vida sem compromissos ou estresses; Tommy (Woody Harrelson), na serelepe atuação de um editor de esportes do tipo "gay-cara homem"; e de Richard Jenkins, que faz o pai de Dylan, um jornalista aposentado e bem sucedido, assombrado pela Alzheimer e pelo amor perdido, o que traz de forma rápida, mas não, evasiva ou desconexa, conflitos de família e pessoais. Até a dublagem tá perfeita – ponto pra gente.
Fica então a esperança que os outros diretores e roteirista inspirem-se e parem de produzir merdas cinematográficas. Sem dúvidas este deve ser uma das comédias românticas do ano, se não "A" do ano. Desde "Minha Mãe Quer Que Eu Case" e “Ah! O Amor” que não vejo algo do tipo, tão interessante.
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