Hsiao-Hsien Hou explora a sensação do belo, do prosaico, dos mecanismos da vida. A calma é contagiante, a exasperação significativa. A arte de olhar e pensar as pessoas dentro de um todo, dentro de um mundo de possibilidades. E que sensibilidade e destreza ao compor os planos, evocativos na sua poesia, em seu tempo próprio. Impressionante!
O cinema praticado por Hsiao-hsien se adaptou muito bem ao francês e volta a levar o espectador para a meditação imagética. Sua câmera filma espaços e silêncios com calma, oferece ângulos inesperados e mergulha no cotidiano com a maior naturalidade do mundo, tanto ao focar na pureza do garoto quanto ao deslocar o centro da observação para a mãe atarefada e exausta.
O balão pode estar cheio, mas o filme parece vazio! Não começa, não continua e não acaba. A melhor parte é o humor involuntário quando os homens cobram trezentão para levar o piano(!).