Johnnie To em mais uma ópera do cinema de ação. Aqui escolhendo um cenário desafiador, o hospital, e com três instituições-personagens, a médica, o bandido e o detetive, como pilares da construção altamente cerebral da narrativa. Genial.
To pega uma premissa e um roteiro limitados e extrai um thriller policial com marca de autor. O domínio sobre a expectativa do espectador, aqui, é absurdo.
Obra de contradições e suspense onipresentes. De toda a sua tridimensionalidade, To extrai típicas vibrações estéticas ora com ótimos e humildes movimentos, ora evocando signos contextuais ao ambiente frio, estudando essa sensação de 'fim da linha'.
To investe mais uma vez na exaustão mental em um jogo cênico cínico por si só, expondo as fraquezas em três grandes estruturas. Quando em choque, o desequilíbrio social em uma das grandes cenas do ano.