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O diretor britânico Nicolas Roeg faleceu hoje, aos 90 anos, segundo confirmação de sua própria família na imprensa. Cineasta responsável por títulos emblemáticos como Performance (1970), A Longa Caminhada (1971) e Convenção das Bruxas (1990), ele escreveu seu nome na história do cinema com o clássico do terror psicológico Inverno de Sangue em Veneza (1973), e ao dirigir o cantor David Bowie no papel de um alienígena em O Homem que Caiu na Terra (1976).

Roeg começou como editor de filmes até se tornar diretor, e suas habilidades o tornaram conhecido pelas montagens desarticuladas e frenéticas, capazes de provocar desorientação e a sensação de estranheza. Aos despontar com Performance, um dos trabalhos mais cults dos anos 1970, ele já mostrou que seria um diretor de personalidade marcante. Afinal, não é todo dia que surge alguém capaz de dirigir Mick Jagger em uma espécie de alter-ego de si mesmo. 

Com Inverno de Sangue em Veneza ele ganharia o estrelato e reconhecimento internacional, e a famosa cena de sexo entre Julie Christie e Donald Sutherland foi tão naturalista que todos pensavam se tratar de uma consumação real entre o casal de atores, o que obrigou Roeg a intercalar a sequência com cenas dos atores se vestindo após o coito. O resultado é um dos momentos mais marcantes do cinema, em especial no quesito montagem, capaz de transformar toda a cena em algo ao mesmo tempo romântico, erótico, assustador e triste. 

Nicolas Roeg foi casado com Susan Stephen, com quem teve 4 filhos, depois com Theresa Russell, com quem teve dois filhos, e por fim com Harriet Harper, sua esposa desde 2005 até seu falecimento. Ainda em vida já era considerado um gênio e um diretor muito influente para cineastas hoje em ascensão, como Jonathan Glazer (Sob a Pele). Embora dono de uma filmografia enxuta, é um cineasta dos mais respeitados e lembrados, e sua falta será muito sentida.