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Olhar de Cinema: Olhares Inclusivos


Em menos de 2 meses, a partir do dia 5 de junho, Curitiba será envolvida por um dos mais queridos festivais de cinema do país. O Olhar de Cinema chega a sua oitava edição confirma sua potência em observar o cinema de fora do eixo principal do circuito, trazendo para o calendário nacional mais um recorte qualitativo e profundo sobre o cinema que não tem tanto holofote e reverência no mundo, mas que promove reflexão como poucos. Na busca por encontrar novas vozes representativas na filmografia de todo o mundo, o Olhar peneira o que de mais potente foi feito na temporada e que infelizmente não estampou as capas de revista, mas cuja potência imagética ultrapassa os limites.

E no meio da situação complexa política e econômica pelo qual o Brasil passa na atualidade, o Olhar não tira o pé do freio e acelera em busca de novidades. Numa época onde poderíamos esperar precaução, a trupe comandada por Antônio Junior (diretor geral e artístico) lança uma nova mostra dentro do festival, a Olhares do Brasil. Um grupo de filmes ainda inéditos no circuito, mas que possam ter corrido outros festivais pelo mundo ou serem completamente inéditos, estarão em destaque numa programação que está sendo preparada com o cuidado e a qualidade de sempre. Através dessa nova mostra, poderemos conferir inúmeros grandes filmes que em breve estarão nas telas de todo país reunidos para celebrar o nosso cinema. 

As mostras tradicionais permanecem, como a Olhar Retrospectivo - que trará uma homenagem a um grande mestre, com inúmeros títulos de sua filmografia - a Olhares Clássicos - que como o nome já diz, reúne o melhor que o cinema já produziu em cópias restauradas, muitas disponíveis a quem nunca as conferiu na tela grande - e a Mostra Competitiva, um dos carros chefes do Olhar, que abriga filmes que geralmente passearam por Locarno, Berlim, Rotterdam e outros grandes festivais, antes de aportar por aqui. Além delas, a Novos Olhares vem atenta ao que de mais específico e até experimental vem sendo produzido no mundo, geralmente de diretores em início de carreira mas já com uma voz que pede pra ser ouvida. Pra finalizar, a Outros Olhares reúne filmes inéditos a alguns já exibidos em outros festivais pra traçar caminhos para a sétima arte. 

Mais uma novidade do ano, o Olhar também organiza um ambiente de mercado dentro da sua programação, o Encontros de Cinema. A atividade surge como uma proposta paralela ao festival, voltada para o mercado e conta com duas vertentes: o Encontro de Cinema de Curitiba, presencial, e o Encontros de Cinema Virtual, com diversos conteúdos on-line. 

A primeira atração do Olhar já foi anunciada, e é a homenageada esse ano da Mostra Foco, que vai se debruçar sobre a cineasta chilena Camila José Donoso. Como é uma marca da própria mostra, Camila é um nome ainda não difundido no cenário cinematográfico, mas sua ainda curta obra já tem uma proposta clara e uma força inegável. Seus curtas e longa estarão programados na seleção, além de alguns curtas que influenciaram seu estilo, que a própria chama de "transficção", onde ela pode passar entre a realidade e a encenação, entre o documentário e a ficção, reencenando o primeiro e naturalizando o segundo, até não restar diferenças entre ambos. Camila também investiga particularmente o feminino em sua obra, os caminhos e desafios de mulheres reais e ficcionais que reinventam a si mesmas e aos seus entornos, e saem fortalecidas das experiências. 

“Camila é uma cineasta que se arrisca por caminhos não tradicionais do cinema, sem perder de vista a importância de estabelecer uma comunicação muito sensível com sua audiência”, afirma Antônio Junior. “Seus filmes revelam uma inquietação pela busca de intimidade com os personagens, ao mesmo tempo em que exploram caminhos dentro da potência cinematográfica para unir forma e conteúdo, de modo que as respectivas histórias e personagens se fortaleçam”, complementa ao falar sobre a filmografia da realizadora. 

Abaixo, os títulos de Camila e suas escolhas para o Olhar, todos que estarão disponíveis no Festival:

Camino Gris (dir. Camila José Donoso, Chile, 2007, 8min)
Nona (dir. Camila José Donoso, Chile, 2014, 10min)
Naomi Campbel (dir. Camila José Donoso e Nicolás Videla, Chile, 2013, 82min)
Casa Roshell (dir. Camila José Donoso, México/Chile, 2017, 71min)
Nona. Se mi mojan, yo los quemo (dir. Camila José Donoso, Chile/Brasil/França/Coréia do Sul, 2019, 86min)
Sueños de hielo (dir. Ignacio Agüero, Chile, 1993, 55min)
Ninouche (dir. Valérie Massadian, França, 2011, 24min)
T.R.A.P (dir. Manque La Banca, Argentina, 2018, 16min)

Esse é só o pontapé inicial do Olhar de Cinema 2019, que vai mais uma vez levar a melhor programação e os melhores encontros para Curitiba, entre os dias 5 e 13 de junho próximos. A qualquer momento, mais novidades serão anunciadas, tais como a programação completa, e o Cineplayers trará todos esses detalhes aqui no site. 

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