Em minha simples opinião a arte de fazer cinema é, antes de tudo, a arte de saber contar histórias. Uma boa história contada de um modo qualquer, não renderá melhor filme do que uma história despretensiosa contada de uma maneira especial (o que eu chamo de magia do cinema). E quando vejo uma história trágica contada poeticamente tenho a sensação de satisfação, não que eu tenha gosto pela tragédia humana e tão pouco tenho algo contra histórias felizes, mas sim porque sinto que a arte está exercendo o seu ofício. E devo dizer que em Elena (2012) a arte exerceu seu ofício.
No documentário Elena (2012), a diretora, narradora e co-protagonista Petra conta a trágica história de sua irmã, Elena, uma atriz em início de carreira que tenta a sorte em terra estrangeira. Petra soube conduzir com louvor esta triste história. Utilizando-se de vídeos caseiros e de uma narração sempre presente e muito intimista, Petra nos transporta para história. Através de sua memória conhecemos e somos absorvidos pela história e sua necessidade de contá-la. Tudo em uma bela harmonia entre imagem e som.
A fotografia onírica dá o ápice de beleza ao documentário. Imagens lindas, muito bem mescladas às histórias íntimas do relacionamento entre as irmãs Elena e Petra, são capazes de acertar aos espectadores em cheio, não é difícil se emocionar. Emocionar com a beleza sem ter que apelar para a exposição da dor, já evidente nesta trágica história, dá ao documentário um ar sublime. São poesia e cinema a serviço da arte, assim como Petra, mergulhando cada vez mais fundo na sombra para superar a tristeza.
Comentários (0)
Faça login para comentar.
Responder Comentário